Política de Educação Inclusiva em pauta

Dezenas de profissionais da educação se reuniram na manhã de quarta-feira (10), na Câmara Municipal de Franco da Rocha, para participar de um evento organizado pela Secretaria da Educação do município.

Com o tema “Política de Educação Inclusiva – o atendimento educacional especializado” trouxe para a discussão a ideia de que a escola seja, de fato, um lugar para todos.

A responsável por comandar a conversa foi Maria Teresa Eglér Mantoan, doutora em educação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde também leciona no ensino universitário.

O encontro contou com aproximadamente 60 pessoas, entre diretores, vice-diretores e coordenadores das escolas públicas municipais, além de entidades como a APAE e também com educadores de cidades vizinhas, como Francisco Morato, para discutir o tema de inclusão. A secretária de Educação Renata Celeguim explica um pouco da importância do evento. “Incluir quer dizer que é para todo mundo. A criança e o jovem com deficiência nos chama atenção porque a instituição escola não está preparada para recebê-los. Porém, quando fazemos esse debate, as adaptações, as formações, nós percebemos que têm muito mais excluídos do que as pessoas com alguma limitação. Então, a educação inclusiva revoluciona a própria escola. Por isso esse evento de hoje é mais um passo para construir uma escola para todos”, afirmou.
A palestra

Com anos de experiência no campo da inclusão escolar no país, Maria Teresa, uma das maiores especialistas no tema no Brasil, trouxe para o público alguns pontos importantes, com a explicação, por exemplo, de que todos os estudantes têm o direito de aprender segundo suas capacidades, a importância do olhar educacional e não olhar clínico nas escolas.

Em uma das oportunidades, Mantoan aproveitou para alertar sobre o direito dos alunos em estar na escola, independentemente de possuir ou não a chamada necessidade especial. “A inclusão tem a ver com o direito a todos de educação e esse direito é inquestionável, pois é um preceito constitucional. Esse direito tem que ser exercido na escola, especialmente no período de escolaridade obrigatório”, afirmou.

Ainda sobre esse direito, foi salientado a importância de não deixar nenhuma pessoa fora da escola. “Perguntar se uma criança pode ou não entrar em qualquer escola do município, estado, ou particular é uma pergunta sem sentido, principalmente para nós educadores. Não nos cabe essa pergunta, mas às vezes cabe aos pais que não têm o entendimento desse direito. Mas é impossível que um educador não tenha conhecimento desse preceito constitucional e saiba aonde ele está na constituição e entenda que ele é um direito do aluno, não do pai, o pai é um guardião. Os representantes das escolas, como diretores, coordenadores, são os guardiões desse direito, então vocês não podem deixar que uma criança fique de fora da escola sob qualquer pretexto”, finalizou.

O encontro também contou com a intervenção dos participantes que puderam fazer questionamentos para a palestrante e entre um dos assuntos abordados foi a diferença entre uma escola considerada normal e uma escola especial. “Alguns alunos perdem a oportunidade de avançar naquilo que suas capacidades permitem. Então sem entender isso, não dá para entender a inclusão. Alguns professores, diretores dizem que ele não tem condição de ficar, que não acompanha que precisa ir para escola especial. Escola especial não é escola. Ela pode ser reconhecida, mas a certificação não tem valor. Eu não posso estar formado em uma escola especial. Isso são coisas muito sérias, as mudanças que aconteceram na educação especial têm em vista essas situações”, explicou.

Ao final do encontro, Maria Teresa Eglér aproveitou para conhecer o espaço que a Secretaria de Educação mantém dentro do Complexo Hospitalar do Juquery.

(Texto e foto: Thiago Lins)


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