Era um Vez um Rei tira gargalhadas de quem passava pelo parque municipal
As pessoas que passavam pelo Parque Municipal Benedito Bueno de Morais, na última sexta-feira (12), se deparam com alguns “moradores de rua”, engraçados, e que contavam a história de um monarca que tomou o poder e se corrompeu.
Essa história faz parte da peça Era Uma Vez um Rei, do grupo Pombas Urbanas, que atraiu as pessoas que faziam algum tipo de atividade pelo parque e convidavam a pararem o que estavam fazendo para dar atenção à apresentação de rua.
O evento aconteceu graças à parceria da prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer com o Circuito Cultural Paulista, que todos os meses traz uma apresentação de qualidade para os franco-rochenses.
Caio Santos, de 30 anos, estava brincando com a filha pelo parque e parou para assistir a peça. “Foi muito bom ver essa apresentação. Parabéns pela iniciativa, tem que ter mais peças assim. Tem que investir mesmo em cultura para a galera”.
A história
O espetáculo conta a história de um grupo de mendigos que se encontram num final de tarde da cidade. Com latas, plásticos e papelões criam o espaço onde vivem, descansam e fazem festa.
De suas relações nasce uma brincadeira na qual, a cada semana, cada um deles será rei, depois presidente e em seguida ditador. O jogo humano e imaginativo torna-se intenso e esses mendigos saem da realidade em que vivem para representar as relações de poder da mesma sociedade que os marginaliza.
O “Rei” deu uma palavrinha sobre a encenação realizada em Franco da Rocha. “O espetáculo é uma sátira, sobretudo, ele mostra uma questão de humanidade, porque são moradores de rua que não tem nada e que de repente, com a ideia de que dinheiro fosse papel, eles se envolvem num mundo de poder e são corrompidos por isso”, conta o ator Adriano Mauriz, responsável pelo personagem.
Sobre a apresentação, Mauriz faz a relação da importância cultural da peça. “É uma aula de história, pois passa por todos os regimes políticos e faz uma reflexão sobre a questão do poder, voltando para a questão da humanidade, pois ao final eles se perguntam como podem construir juntos sem explorar ninguém”.
A forma como a peça é levada também fez parte dos comentários do ator. “É uma maneira leve, divertida. Muitas vezes as pessoas acham que estamos falando do momento de hoje do Brasil. É importante que ela reflita e que cada um tire suas próprias conclusões, não damos uma resposta”.
O espetáculo contou com a participação da secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Taiana Garcia, que junto com sua equipe colaborou para a realização do evento em Franco da Rocha.
(Texto e foto: Ewerton Geniseli)