Franco Mostra de Teatro sensibilizou o público com a apresentação da peça “Ontem me Mataram”
O Centro Cultural Newton Gomes de Sá recebeu, no sábado (25), a peça “Ontem me mataram”, que faz parte da programação “Franco Mostra de Teatro”, em comemoração ao aniversário de Franco da Rocha, realizada pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. Veja fotos
Inspirada em uma adaptação da carta aberta da estudante de comunicação paraguaia Guadalupe Acosta, a peça retrata o machismo e as violências praticadas contra mulheres e como esses fatos – ainda muito frequentes – ficam, muitas vezes, impunes. Cerca de 40 pessoas que estavam no local se sensibilizaram com a apresentação.
A professora de teatro, Tábatha Lima, preparou, durante esse ano, as sete meninas com idade entre 12 e 14 anos, que atuaram no espetáculo. Ela explicou como foi a escolha do tema e também falou sobre as aulas. “Eu pedi a opinião das meninas pra saber sobre o que elas queriam falar e elas trouxeram temas como machismo, preconceito, discriminação e outros sociais. Mas, antes de definir a peça, nós trabalhamos muito a questão de sentimento com elas. Todas as nossas aulas foram baseadas no teatro, mas na questão interna, sobre os sentimentos que estavam dentro delas e elas precisavam colocar para fora”, afirmou.
Durante a apresentação, as jovens leram, de maneira incisiva, textos sobre casos de crimes de violência contra as mulheres que ficaram impunes e nacionalmente conhecidos. Ao final, o público aplaudiu calorosamente as jovens artistas.
Janaína Machado de 12 anos, moradora da Vila Lanfranchi, participou da peça e contou o que sentiu em relação ao tema. “Nós tivemos que ter muito foco, muita força e muita concentração. Foi difícil no início porque nós nunca sofremos isso. É importante falar sobre isso porque às vezes tem mulher que precisa de ajuda e não tem ninguém perto”, concluiu Janaína, orgulhosa pelo desempenho do grupo.
“Ontem me mataram” (Ayer me mataron) – a carta
A carta foi escrita após o desaparecimento – e depois a descoberta dos corpos – de duas turistas argentinas, Marina Menegazzo e María José Coni. O crime aconteceu em fevereiro de 2016 na cidade de Montañita, no Equador. O caso ganhou destaque na mídia e os criminosos confessaram ter matado as duas mulheres com golpes.
O texto de Guadalupe foi um grito contra o machismo e a violência contra mulheres no país e no mundo. Além disso, aborda e denuncia a questão da mulher – muitas vezes – ser culpabilizada da situação, mesmo tendo sido ela quem sofreu a violência.
(Texto e foto: Karen Moraes)