Espetáculo “Estaúde: a rotina de um despertar” levanta questões sobre conflitos de personalidade na sociedade moderna
Nove pessoas com diferentes personalidades encontram-se presas em um lugar desconhecido sem saber de que forma isso aconteceu. Aos poucos, a necessidade de fuga e a escassez de suprimentos traz à tona características reveladoras de cada personagem. Assim começa o espetáculo “Estaúde: a rotina de um despertar” Veja fotos
Apresentada em duas sessões, na última sexta-feira (9) e sábado (10), no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, a peça fez parte da programação do Festival de Inverno 2019.
Dirigida por Jedsom Kárta, a montagem coloca em cena sete mulheres e dois homens com personalidades completamente opostas. Aprisionados em um local desconhecido, nenhum deles se recorda como chegou nesse local e todos precisam unir forças para conseguir se libertar.
No desenrolar do roteiro, os atores são conduzidos ao desenho detalhado de movimentos de corpo, numa espécie de orquestra musical com detalhes vocais e rítmicos apresentando estética cênica baseada nos conceitos de Teatro Físico e estudos de Tadeusz Kantor, teatrólogo polonês fortemente influenciado pelo Construtivismo, Dadaísmo, Tachismo, Surrealismo e outros movimentos artísticos do século XX.
Dentre os transtornos encontrados no grupo estavam personalidade imatura, narcisismo, ódio, rancor, fobias e personalidade agressiva.
A metáfora do confinamento físico dos atores acaba por revelar diferentes arquétipos definidos pelo psiquiatra suíço Carl Jung, cujo trabalho influenciou diversos campos que vão desde a psiquiatria, antropologia, filosofia e teologia. Jung classificava os arquétipos da personalidade humana como personagens universais que ocupam o inconsciente coletivo das pessoas.
Sob esse prisma, todos esses arquétipos chocam-se em meio ao confinamento. Somente o diálogo, o confronto direto muitas vezes violento com seus maiores anseios provoca nos personagens um questionamento necessário para levá-los à descoberta do enigma, que os mantém presos a essa situação claustrofóbica e atordoante.
No final do espetáculo, Jedsom Kárta revelou que gostou muito das apresentações feitas na cidade. “Franco da Rocha foi a primeira cidade a receber a montagem dessa peça e eu fiquei muito feliz com o resultado. No primeiro dia tivemos a casa cheia e no segundo, com menos pessoas, criamos um clima mais intimista, onde o ator conseguiu estabelecer o contato olho no olho com quem está assistindo”.
A peça agora estreará em curta temporada em São Paulo, no teatro Viga Espaço Cênico.
(Texto e fotos: Luana Nascimento)
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