Escritor Marcelo Bértoli lança biografia da empresária Elisa Mascaro no Centro Cultural
Considerada a maior empresária das noites gays de São Paulo, Elisa Mascaro quebrou muitos tabus na década de 70. Investir em uma arte que até então sofria com o preconceito poderia ser considerado loucura, mas, de acordo com a sua biografia, escrita por Marcelo Bértoli, a proprietária das boates mais lendárias da cidade, era uma mulher determinada e valente, que não temia viver abertamente entre plumas e paetês.
O evento de lançamento do livro “Elisa Mascaro: a empresária dos espetáculos das noites de São Paulo – A BIOGRAFIA” aconteceu na quinta-feira (7), no Centro Cultural Newton Gomes de Sá junto ao Sarau Estação Poesia, como parte da programação da Semana da Diversidade de Franco da Rocha. O vice-prefeito Dr. Nivaldo Santos e a secretária da Cultura Taiana Garcia também estiveram presentes no lançamento.
Em sua apresentação, o autor contou que Elisa nasceu em Marília, interior de São Paulo e dedicou mais de 20 anos oferecendo espaço para espetáculos de artistas gays e transexuais, erguendo as casas de shows mais famosas da época: Medieval e Corintho. Fazendo história, Mascaro empregou, com carteira assinada, pessoas que não conseguiam espaço por barreiras como o preconceito e a homofobia.
Seus espetáculos eram prestigiados por grandes nomes como Angela Maria, Maisa, Ney Matrogrosso, Clodovil Hernades, entre outros.
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Marcelo Bértoli conta que o sucesso da empresária foi precedido por muita luta e busca pela perfeição. “Dona Elisa não quis trabalhar com bailarinos conhecidos, ela preferiu dar espaço para as artistas gays. E construiu todo esse universo sozinha em um espaço majestoso com 5 andares, que recebia 2.000 pessoas por dia para assistirem a um espetáculo perfeito, inspirado nas maiores casas de show de Paris”, detalhou.
Na plateia, o autor contou com a presença do amigo Peninha, cabeleireiro e artista famoso em Franco da Rocha, que marcou a história LGBTQI+ no município.
O autor
Nascido em Santa Catarina, Marcelo começou a escrever aos 28 anos. Formado em História e Design de Moda, o autor já assinou outras dez obras, entre poesias, romances e contos.
Sobre o que o inspira a escrever, Bértoli afirma que seu impulso vem da saudade. “Eu gosto de trabalhar algo simples, com uma linguagem que cative as pessoas, que gere identificação e sentimentos reais. A saudade me move porque eu acredito que as perdas transformam a gente e todas as minhas perdas fazem parte do que eu sou e do que eu escrevo”, frisou.
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Homenageando a amizade com Peninha, Bértoli, recitou o poema “Quem disse que eu não fui” de seu livro Reencontro. O autor participou ainda de uma bate-papo com a plateia, falando sobre seu trabalho e livros já publicados.
Em seguida, o público deu continuidade ao Sarau Estação Poesia, declamando versos e cantando músicas ao estilo voz e violão.
Texto e foto: Luana Nascimento
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