Exposição fotográfica “O Juquery e(m) você – uma história contada em imagens” chega à estação Franco da Rocha da CPTM

É impossível falar da história da cidade de Franco da Rocha sem mencionar a importância do Complexo Hospitalar do Juquery. No mês em que a cidade completa 75 anos, o hospital recebe uma bela homenagem da prefeitura, por meio da Secretaria da Cultura e dos alunos do curso técnico em Museologia da ETEC Parque da Juventude, com a mostra “O Juquery e(m) você”, que está em exposição até 20 de dezembro na estação Franco da Rocha da CPTM.

As fotografias apresentam a história antiga do Asilo Colônia da Sucursal do Juquery do Hospício de Alienados de São Paulo, anos mais tarde chamado de Complexo Hospitalar do Juquery. Ao todo são 6 peças, sendo em adesivo transparente com impressão invertida, para ser aplicada por dentro do vidro da estação de trem da cidade, para ser vista por dentro e por fora.

“O Juquery e(m) você” pretende trazer ao visitante a relação entre a memória da cidade de Franco da Rocha e aquele espaço. Também anuncia a reinauguração em breve do Museu de Arte Osório Cesar, sediado na casa em que Franco da Rocha morou com sua família enquanto foi diretor do complexo. O imóvel foi restaurado e trará de volta para a população o acesso às obras produzidas pelos internos do hospital enquanto o psiquiatra e crítico de arte Osório Cesar dirigiu
sua Escola Livre de Artes Plásticas (ELAP) na instituição.

Os estudantes Genivaldo Filho, Priscylla Almeida, Sílvia Machado e Thiale Garcia, pesquisaram a trajetória do conjunto arquitetônico do Complexo Hospitalar do Juquery para desenvolver o trabalho de conclusão de curso (TCC). No decorrer do trabalho, participaram de cursos e palestras organizadas pela Secretaria da Cultura de Franco da Rocha e puderam conheceram a restauração do Museu de Arte Osório César, projeto idealizado pelo Programa Franco Memória, que visa trazer à população o acesso às obras produzidas pelos pacientes internos do hospital.

A CPTM abraçou a ideia e cedeu espaços na estação Franco da Rocha, a fim de incentivar a arte, bem como valorizar a importância histórica do conjunto arquitetônico do Complexo Hospitalar do Juquery, enquanto instituição fundadora da cidade de Franco da Rocha, nas proximidades da linha férrea, também muito importante na configuração do município. Com isso, a exposição “O Juquery e(m) você” pretende ser uma ponte entre o Juquery e a Estação Franco da Rocha.

121 anos de história

A ideia surgiu do psiquiatra paulista, Doutor Francisco Franco da Rocha, que almejava construir um hospital afastado do grande centro urbano, com área para tratar os pacientes acometidos por doenças agudas e crônicas. Dessa forma, no final do século XIX, como Franco da Rocha, era uma cidade afastada e rural pertencente ao município de Mairiporã, conhecida como Juquery devido ao rio de mesmo nome, foi escolhida para a implantação do Hospital Psiquiátrico.

O projeto arquitetônico foi realizado por Ramos de Azevedo, arquiteto de grandes obras como, o Theatro Municipal de São Paulo. Após a construção, em 1898, o Doutor Francisco Franco da Rocha, inaugurou o Complexo Hospitalar, sendo o primeiro diretor do complexo, assim, para homenageá-lo a cidade recebeu o seu nome, tornando-se autônoma em 1944.

Devido à distância da capital, os médicos contavam com uma vila médica para se hospedarem. Os pacientes produziam seu próprio sustento com atividades ligadas à agricultura, marcenaria e costura, sendo uma forma de auxiliar no tratamento.

O crescimento da instituição se deu de forma tão rápida que, cinco anos após sua inauguração, o hospital contava com mais de 700 pacientes. Chegou a ser referência nacional em psiquiatria, e atendeu mais de 14 mil pacientes.

Parte dos pacientes remanescentes foram reintegrados às famílias ou vivem nas residências terapêuticas mantidas pela prefeitura. Hoje, há uma área do complexo destinada ao Hospital Estadual “Doutor Albano Franco da Rocha Sobrinho”, hospital de clínicas, inaugurado em 2010, que oferece atendimento aos munícipes vizinhos, das cidades de Cajamar, Caieiras, Mairiporã e Francisco Morato.

Texto: Heloísa Maia – Foto: Heloísa Maia/equipe de estudantes ETEC Parque da Juventude