Respeito para quem é de axé: Exposição Òrun Àíye (Céu e Terra) conta sobre orixás e enfrenta o preconceito contra religiões de matriz africana

Axé. Quem nunca ouviu falar de uma das palavras mais marcantes e simbólicas das matrizes africanas? Provavelmente o primeiro contato de muitas pessoas com o axé aconteceu com o gênero musical que surgiu na década de 1980 no estado da Bahia e marcou o ritmo alegre e dançante do brasileiro.

No entanto, o axé vai muito além do que conhecemos inicialmente. A palavra axé é utilizada no contexto das religiões afro-brasileiras, principalmente em cumprimentos. Ela tem sua origem na língua iorubá e significa força de realização, poder e desejo felicidade.

E axé, sem dúvidas, pode ser considerado a base da exposição fotográfica Òrun Àíye (Céu e Terra), locada no Centro Cultural Newton Gomes de Sá. A mostra, contemplada pela Lei Federal Aldir Blanc (14.017/2020) que dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural, diante do estado de calamidade pública decretado pela União em função da pandemia da Covid-19, distribui pelo ambiente 17 fotografias e 6 pinturas dos principais santos da mitologia dos orixás detalhando suas características e representatividade. Confira imagens da abertura da exposição.

A exposição foi idealizada por Iyá Tânia, presidenta da Associação Cultural Afro-Brasileira (Acafro), que dedica a vida ao candomblé há 37 anos. O objetivo central é resgatar a história e a cultura africana/afro-brasileira com a arte visual, além de valorizar as riquezas e belezas naturais de Franco da Rocha.

“A inspiração surgiu quando me lembrei da história do fotógrafo francês Pierre Verger. Pierre foi um etnólogo e religioso fatumbi (em iorubá significa algo como “ele que é renascido pelo Ifá”), que por meio de suas fotografias foi uma peça chave na valorização e quebra de estereótipos das religiões de matrizes africanas. Foi então que fiz o convite a um amigo fotógrafo para apresentar de maneira direta e objetiva os valores de nossa cultura”, explicou Iyá Tânia.

As fotos foram feitas através das lentes de Orlando Júnior, fotógrafo há mais de 15 anos, que com uma paixão enorme pela arte topou o convite de Iyá Tânia para ser um dos principais colaboradores do projeto. “A troca de conhecimentos e ideais sempre foram meus alicerces para fazer o bem. Por isso, topar esse convite foi uma forma de lutar contra o preconceito de uma das religiões mais simbólicas e injustiçadas em nosso país, batendo de frente contra a desinformação e levando a verdade pelo respeito que todos nós merecemos”, finaliza Orlando.

Como citado por Orlando, a exposição também é uma forma de desmistificar os estereótipos e preconceitos que perseguem as religiões afro-brasileiras há anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), mesmo com candomblecistas e umbandistas correspondendo a 2% da população brasileira, 59% dos ataques de intolerância religiosa têm como alvo as religiões de matrizes africanas.

“Não temos tempo para odiar o outro, só temos tempo para fazer o que mais gostamos com muito amor e respeito. Queremos manter o pensamento positivo e mandar energias boas para todos que estão ao nosso redor, inclusive, aqueles que nos atacam erroneamente. Com respeito, mudamos tudo” concluí Iyá Tânia.

A última apresentação da exposição acontece na próxima quarta-feira (3), e será mediada pela própria idealizadora Iyá Tânia, das 18h às 21h no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, localizado na Av. Sete de Setembro, s/n – Vila Artur Sestini.

Texto: Jorge Henrique Ramos – Foto: Orlando Junior


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