Exposição do artista plástico Claudinei Monteiro apresenta registros de suas viagens pelo mundo
Se fotografar é contar uma história através das lentes de uma câmera, o arte-educador e artista plástico Claudinei Monteiro tem uma infinidade de crônicas sobre os mais distantes lugares do mundo. As imagens de suas aventuras como mochileiro, além de desenhos, pinturas autorais e objetos de sua coleção estarão disponíveis de 7 de agosto a 8 de setembro, de segunda a sexta das 10h às 18h e aos sábados das 13h às 18h, na Casa de Cultura Marielle Franco, localizada na rua Dona Amália Sestini, s/n – Centro.
Formado em Educação Artística e especializado em História Crítica das Artes, Claudinei se interessou pelo tema ainda na adolescência, quando fez um curso de pintura em Guarulhos, cidade onde nasceu e vive até hoje. Esteve à frente de oficinas de pintura, desenho, escultura, grafite e gravura nos Centros Educacionais Unificados (CEU).
Incentivado a buscar formação na área, se encantou pelos monumentos históricos da humanidade à medida que foi aprofundando em diversas formas de arte, como pintura, desenho, street art e fotografia. Se tornou professor de artes e em 2011 decidiu se aventurar pelo mundo e conhecer de perto os locais que havia estudado.
O mochileiro viajou por mais de 35 países, e a experiência o levou a criar sua principal característica artística: a busca por retratar os diálogos e conflitos entre o homem e a natureza. Um símbolo recorrente em seus trabalhos é um olho estilizado que se tornou sua principal identidade. “Eu procuro mostrar esses embates entre o urbano e o natural. Meus trabalhos têm forte influência surrealista, com o olho observando tudo o que há em volta”, detalha o artista plástico.
Esse olhar aguçado, capaz de tornar únicos registros simples do cotidiano e paisagens naturais, foi levado à fotografia com a qual busca eternizar cores, horizontes, nuances e texturas de viagens por quatro continentes em países como Turquia, Hungria, Peru, Egito, Grécia, Chile, Sri Lanka, Irã, Espanha, Portugal, Dubai, Bolívia, França, Inglaterra e Marrocos.
Arte e aventura pelo mundo
O desejo de clicar as mais belas imagens mundo afora também já levou Claudinei a situações de medo e perigo, como em uma madrugada em Dubai em que fotografava uma mesquita e foi detido por ser confundido com um terrorista.
Já em uma expedição no Peru, na região de Churup, província de Huaraz, ele passou três dias preso em um abismo de quase 300 metros, cercado por geleiras e montanhas. Durante a trilha que fazia com amigos, o mochileiro se perdeu do grupo, escorregou e ficou preso em uma fenda onde passou frio e fome até ser resgatado de rapel pelas autoridades peruanas.
Mesmo em meio às adversidades, Claudinei ainda deseja retratar outras paisagens através de suas lentes. “Quero conhecer melhor a Ásia e ir a lugares como Camboja, Laos, Tailândia e a Índia, país que eu acho incrível. A pandemia me fez adiar esse sonho, mas em breve, quero conhecer e registrar tudo”, revela. Além dos registros fotográficos, ele também já deixou sua marca através de grafites nos famosos Cadillacs em Amarillo, no Texas, em uma intervenção de street art em Lisboa e em exposições individuais e coletivas em Guarulhos e São Paulo.
Na mostra “Meu olhar pelo mundo” serão 40 fotografias e 24 telas com as mais diversas experiências da carreira do artista.
Anote na agenda
Exposição “Meu olhar pelo mundo”
Data: de 7 de agosto a 8 de setembro
Horário: de segunda a sexta das 10h às 18h, aos sábados das 13h às 18h
Local: Casa de Cultura Marielle Franco
Endereço: rua Dona Amália Sestini, s/n – Centro
Texto: Luana Nascimento – Arte: Dalmir Junior