Festival Soy Loco Por Ti Juquery organiza cinema ao ar livre e exibe filme no CAPS Infantojuvenil Edivaldo dos Santos Costa

O Festival Soy Loco Por Ti Juquery exibiu diferentes produções audiovisuais abordando a temática da cultura, saúde mental e estratégias de acolhimento de pessoas em sofrimento mental. Na quinta-feira (16), segundo dia do evento, Franco da Rocha e Francisco Morato receberam a Mostra Soy Loco in Barroca e o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPS IJ) Edivaldo dos Santos Costa exibiu o curta “Trajetórias de uma crise” para os servidores da área da saúde.

Aprovada via ProAC, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o Soy Loco chega a sua 4ª edição, com idealização e produção da Trapézio Produções Culturais, apoio do Complexo Hospitalar do Juquery, com correalização da Prefeitura de Franco da Rocha e do Museu de Arte Osório Cesar (MAOC).

Roteirizado, produzido e encenado por frequentadores da rede pública de saúde mental do município de Guarulhos/SP, o curta “Trajetórias de uma crise” contou histórias paralelas que retratam a trajetória de duas pessoas em situação de sofrimento psíquico. Um dos personagens é levado ao hospital público onde tem sua crise contida por meio de amarras e injeções e a outra personagem é levada ao CAPS, local onde já estava vinculada e que propõe diferentes estratégias de acolhimento.

O jornalista e diretor do curta-metragem, Marco Ribeiro, participou de uma roda de conversa com os servidores o CAPS IJ junto a equipe da produtora DGT Filmes. Marco contou que o projeto surgiu quando foi contratado para realizar uma oficina de vídeo para usuários e trabalhadores da rede de Saúde Mental de Guarulhos e, ao longo do curso, decidiram que os próprios frequentadores fariam todo o processo de produção.

Ao longo do bate-papo com a equipe, o diretor explicou que ocurta foi uma construção coletiva. “O pessoal do serviço de saúde deu várias ideias para o filme, inclusive perguntaram se poderiam falar sobre internação e suas experiências pessoais com atendimento que haviam recebido. Com isso, a partir da nossa posição de luta para que tenhamos uma sociedade mais aberta e mais inclusiva para construir novas perspectivas de cuidado, não tínhamos como não aceitar a ideia de falar sobre as vivências positivas e negativas que esses usuários tiveram com o serviço de saúde mental”, detalhou o diretor.

Mostra Soy Loco in Barroca

Mais tarde, foi a vez da mostra Soy Loco in Barroca entrar em cena e exibir projeções ao ar livre em paredes, casas e prédios na Vila Lemar. Jardim Bandeirantes e Jardim São José, em Francisco Morato, também receberam a ação e projetaram os curtas “Barroca em três atos”, “Atrasado”, “Com licença”, “Boca-Viaduto-Ponte Seca: ou quando o corpo cria raízes e grita” e “Flor de Mandacaru”, produzidos pelos coletivos locais “Barróka”, “A Boca” e “Baciada das Mulheres do Juquery”, que são formados majoritariamente por mulheres residentes na Bacia do Juquery.

A a ação trouxe como proposta fomentar o contato entre público e obras, gerando identificações e trocas, contribuindo para uma reformulação do espaço e dos sentidos.

Texto: Luana Nascimento – Foto: Luana Nascimento/Equipe Soy Loco Por Ti Juquery