Mais informação, menos preconceito: No Dia de Conscientização sobre o Autismo, famílias se reúnem no parque municipal para celebrar as diferenças
No Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no último domingo (2), a Prefeitura por meio da Secretaria da Educação e Cultura, em parceria com a Secretaria de Esportes e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), organizou uma manhã repleta de atividades no Parque Municipal Benedito Bueno de Morais. O evento reuniu famílias para participar de atividades e oficinas visando a integração, acolhida e conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o mundo.
Para começar o dia, o grupo participou de uma caminhada dirigida pelo parque. Com cartazes e frases de amor e inclusão, as famílias andaram pelo espaço e passaram uma mensagem contra o preconceito e a favor da conscientização sobre o TEA, buscando uma compreensão sobre as necessidades e vivências de crianças atípicas.
Em seguida, no Circo Escola, o público assistiu a uma contação de histórias interativa com música e objetos cênicos. A atividade incentiva a sociabilidade, auxilia no desenvolvimento da fala e inspira criatividade nas pessoas com autismo.
Ainda para estimular a sensibilidade das crianças, as equipes da Secretaria de Esportes montaram um circuito sensorial com espaço de pintura, pista de caminhada em zigue-zague, bambolês, alvo com bolinhas, trave de equilíbrio e caixas táteis com diferentes texturas. Para a maior parte das pessoas com autismo, a sensibilidade sensorial (também chamada de disfunção sensorial) faz parte da vida diária. Isso pode se apresentar de diferentes formas: desde incômodo causado pelo excesso de estímulos, até preferências sensoriais que podem envolver a busca de atividades prazerosas, estimulantes ou calmantes.
As atividades seguiram no circo com a criação de um espaço de arte para que as crianças fizessem desenhos e pintura. Por meio de inúmeras texturas, formas, cores, os pequenos colocaram as mãozinhas na massa e soltaram a criatividade.
Anny Greice, mãe dos gêmeos Davi e Matheus ficou sabendo do evento pela Emeb José Mauro de Vasconcelos onde os pequenos de quatro anos estudam.
“Atividades como essa são importantes para as crianças e para os pais, é uma troca de conhecimento e de experiências. Cada criança é única e precisa de atenção especializada. Meus filhos são gêmeos idênticos, mas cada um tem um jeito de ser e uma personalidade diferente. A gente vai buscando o atendimento adequado para identificar as necessidades de cada um”, explicou a mãe.
Segundo o professor e técnico em educação especial da rede municipal, Thiago Basílio, eventos como esse são uma forma de trabalhar a inclusão e oferecer suporte às crianças e suas famílias. O professor explica que Franco da Rocha conta com uma equipe especializada responsável pelo acompanhamento da educação especial sob a perspectiva da educação inclusiva, com atividades que ocorrem no horário regular e no contraturno das aulas.
“A equipe também é formada por psicólogas e assistentes sociais, que se dedicam a um trabalho de articulação com as redes de proteção, como a Secretaria da Saúde e Secretaria de Assistência Social para identificar situações de vulnerabilidade e diminuir as barreiras de acesso dessas famílias aos serviços públicos do município”, detalhou o professor.
No final da manhã, a Trupe Trapaceros organizou uma oficina livre de circo onde, acompanhadas por professores, as crianças soltaram a criatividade com exercícios com bolas, bambolê e equilíbrio em tecido.
Texto e foto: Luana Nascimento
