DENOMINAÇÃO DA CASA DA CULTURA E DO EDUCADOR DE FRANCO DA ROCHA – SP

LEI Nº 888/2012
(07 de dezembro de 2012)

Autógrafo nº 064/2012
Projeto de Lei nº 058/2012
Autor: Executivo Municipal

Dispõe sobre: “DENOMINAÇÃO DA CASA DA CULTURA E DO EDUCADOR DE FRANCO DA ROCHA – SP”.

FAÇO SABER que a Câmara Municipal aprova e eu, MARCIO CECCHETTINI, na qualidade de Prefeito do Município de Franco da Rocha, promulgo e sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica a Casa da Cultura e do Educador de Franco da Rocha criada pela Lei Municipal nº 870, de 21 de setembro de 2012, denominada “RUTH CARDOSO”, cuja biografia será parte integrante desta Lei.

Art. 2º. As despesas decorrentes da execução da presente Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário.

Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Prefeitura do Município de Franco da Rocha, 07 de dezembro de 2012.

MARCIO CECCHETTINI
Prefeito Municipal

Publicada na Secretaria Municipal de Administração e Assuntos Jurídicos da Prefeitura do Município de Franco da Rocha e cópia afixada no local de costume, na data supra.

SANDRO FLEURY BERNARDO SAVAZONI
Secretário Municipal de Administração e Assuntos Jurídicos

BIOGRAFIA

RUTH CARDOSO, doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Ruth Corrêa Leite Cardoso foi pioneira no reconhecimento da emergência, na década de 1970, dos movimentos sociais que abrigavam minorias por questões de gênero, étnico-raciais ou de orientação sexual. O trabalho da antropóloga pôs em pauta a pesquisa sobre esses movimentos no meio acadêmico brasileiro.

Ruth Vilaça Correia Leite nasceu em Araraquara, no interior do estado de São Paulo. Ela era filha do contador José Correia Leite e da professora e farmacêutica Maria “Mariquita” Vilaça. Tinha uma irmã gêmea, Raquel, que morreu em tenra idade. A casa em que vivia sua família ficava no centro da cidade e hoje é uma agência bancária. Ela viveu em sua cidade natal até os dezoito anos, quando se mudou para estudar Filosofia na Universidade de São Paulo(USP).

Ruth Cardoso formou-se pela USP em 1952. Lá desenvolveu a fase inicial de sua carreira acadêmica, bem como conheceu Fernando Henrique Cardoso, com quem se casou em 1953. Seis anos depois concluiu o mestrado e, em 1972, o doutorado, com a tese “Estrutura Familiar e Mobilidade Social: Estudo dos Japoneses no Estado de São Paulo”. Sua vida universitária foi interrompida pelo golpe militar de 1964, que levou o casal ao exílio no Chile e na França.

Durante o exílio e depois dele, Ruth Cardoso atuou em instituições como Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L’Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova York). Foi também professora da Universidade de São Paulo e diretora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).

Entre sua produção acadêmica, podem-se citar os trabalhos “Sociedade e Poder: Representações dos Favelados em São Paulo”, “Bibliografia sobre a Juventude” e “A Aventura Antropológica”. Este último aprofunda a análise de problemas de ordem conceitual ou de procedimentos de investigação, ampliando o debate sobre metodologia e pesquisa em antropologia.

Comunidade Solidária

Nos oito anos em que esteve no poder ao lado do marido, dona Ruth – como passou a ser chamada – decretou o fim da LBA (Legião Brasileira de Assistência), entidade assistencialista, tradicionalmente presidida por primeiras-damas (título de que ela não gostava e preferia não assumir). Fundou e presidiu o “Comunidade Solidária”, que tinha como foco o fortalecimento da sociedade civil. Para garantir a continuidade dos programas gerados nessa entidade, criou a organização não-governamental Comunitas, em que permaneceu atuante até o fim da vida.

Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.

Feminista declarada, a favor do aborto (que considerava uma liberdade feminina), apaixonada pela cozinha e, a princípio, contrária à carreira política de FHC (com quem não se mudou para Brasília quando ele trocou a universidade pela política em 1982), Ruth Cardoso defendia firmemente seu direto à privacidade. Considerava que dar publicidade a sua vida pessoal ou familiar era “misturar o público e o privado”.

Dona Ruth morreu em São Paulo no dia 24 de Junho de 2008, vitima de um infarto fulminante, pouco depois de receber alta do hospital onde fora submetida a um cateterismo, dois dias antes.

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