Infectologista da Rede Municipal de Saúde de Franco da Rocha esclarece dúvidas sobre o HPV e a campanha de combate à doença

A Secretaria Municipal de Saúde iniciou no dia 18 de março, uma campanha de vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), em meninas de 9 a 13 anos de idade, das escolas da rede municipal e estadual de educação. A campanha de vacina contra o HPV, agora faz parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde e integra a rotina das Unidades Básicas de Saúde.

Para falar sobre o assunto, entrevistamos o médico infectologista da Praça da Saúde de Franco da Rocha, Paulo Antônio Friggi de Carvalho, para tirar algumas dúvidas sobre questões que envolvem o HPV desde contágio, até as formas de tratamento e prevenção.

O que é o HPV?
Paulo Antônio – O HPV é o vírus chamado de Papiloma Vírus Humano, com diversos tipos. Este vírus causa, tanto no homem quanto na mulher, uma doença chamada Condiloma Acuminado, que na maioria das vezes, não demonstra grandes sintomas. Em muitos casos forma feridas, chamadas de crista de galo. O mais preocupante é que nas mulheres, a infecção pelo HPV pode levar ao câncer de colo de útero no futuro.

Quais os principais meios de contaminação?
Paulo Antônio – O principal meio de transmissão, disparado, é o contato sexual entre pessoas – que tenha ou não lesão. A camisinha é uma boa forma de prevenção, porém, existem regiões que podem conter verrugas e o preservativo acaba não atuando na proteção necessária, então, ela não garante 100% de proteção nesses casos.

Quem está mais propenso a contrair a doença?
Paulo Antônio – Geralmente quem tem propensão maior de contrair a doença são pessoas com hábitos sexuais promíscuos, com múltiplos parceiros sexuais, e principalmente que não usa preservativo para se proteger.

Quais os principais diagnósticos?
Paulo Antônio – Quando a doença está estabelecida, no homem é mais fácil de se diagnosticar, pois normalmente são verrugas externas de fácil visualização. Na mulher, muitas vezes, as verrugas ou lesões, que são feridas no útero, não se pode enxergar, por serem internas. Então, a primeira coisa é sempre depois de iniciar a atividade sexual manter a rotina de passar no ginecologista e fazer o exame de papanicolau para diagnosticar precocemente a doença, antes de estágios avançados, precursores do câncer do colo de útero.

E como pode ser feito o tratamento contra a doença
Paulo Antônio – O tratamento é a cauterização da lesão, principalmente em caso de verruga, que pode ser por meio de ácido de aplicação domiciliar, dos que se compra em farmácias, e em casos mais avançados, deve haver a cauterização cirúrgica, que são casos mais raros. Na mulher, é a mesma coisa, a cauterização das lesões. Porém, em precursoras de câncer, é necessário realizar um procedimento de extirpação mais amplo, para não haver perigo de se tornar um câncer no futuro, e nelas só é possível verificar mesmo a partir do exame de papanicolau.

Qual a importância da vacinação?
Paulo Antônio – A vacinação que começou em 2014, não serve para dar imunidade contra todos os 200 tipos de HPV que existem, mas ela é uma ótima forma de prevenção. A ideia de levar a vacina até essas meninas de 9 a 13 anos é evitar que elas desenvolvam no futuro o câncer de colo de útero que é a doença maligna que pode levar a morte. A ideia também é vacinar as meninas que ainda não tiveram contato sexual, ou seja, não foram expostas ao HPV ainda e imunizá-las contra os principais subtipos que causam a doença. Os principais subtipos são os seis e o onze, que geram verrugas genitais, e o 16 e 18, principais responsáveis pelo câncer de colo de útero. Dos casos de câncer, 90% estão relacionados a esses tipos de HPV.

Além da campanha de vacinação, quais outras medidas o governo toma para a prevenção e conscientização contra a doença?
Paulo Antônio – Creio que a principal coisa que deve acontecer é a educação sexual na escola. Tirar o estigma desse tema, fomentar a educação sexual das crianças e tornar isso parte da grade curricular e ter hábitos sexuais saudáveis. Hoje em dia parece que as pessoas entram em atividade sexual mais precocemente. Essa educação sexual é prioritária. Estimular a prevenção e a oferta de preservativo, tudo isso é importante. A vacina entra como pilar fundamental: imunizar essas pessoas para no futuro não desenvolverem o câncer.

Fale um pouco sobre o tratamento dessa doença na rede pública de saúde.
Paulo Antônio – O tratamento do HPV, assim como os exames preventivos de papanicolau, a vacinação, é tudo garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim como também existe a vacina realizada em clínicas particulares e é uma opção da pessoa de fazer, principalmente quem está fora da faixa etária de uso da vacina.

A Vacina continua nas escolas e Unidades de Saúde!
Paulo Antônio – As equipes da prefeitura continuam com a vacinação nas escolas e o trabalho é realizado de forma intersetorial, promovido por uma parceria entre a equipe de vigilância epidemiológica e as equipes municipais de vacina, onde serão visitadas diversas escolas da cidade, para que possam ser vacinadas uma média de 50 meninas por dia. Ela também pode ser tomada nas Unidades Básicas de Saúde, que oferecem gratuitamente o serviço, para que desta forma todas as meninas entre 9 e 13 anos sejam imunizadas, para evitar complicações futuras.

(Texto: Lucas Cardoso)


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