A paz na ponta da agulha
Tereza Rodrigues de Oliveira, de 73 anos, teve durante um longo período a companhia de uma muleta para ajudá-la a caminhar. A artrose, osteoporose e a artrite formavam o conjunto que causavam a indisposição de Tereza durante anos.
A realidade mudou em junho, quando Tereza foi uma das primeiras atendidas pelo novo Centro Dia do Idoso (CDI), localizado na rua Tunis, no bairro do Parque Vitória. Lá, conheceu o Doutor Marcos Antônio Salgado, de 50 anos, especialista em Medicina Tradicional Chinesa, que realiza o trabalho voluntário de acupuntura.
Essa técnica é uma modalidade terapêutica oriental que utiliza agulhas, moxas e outros instrumentos para liberar substâncias químicas no organismo, com efeito analgésico e/ou anti-inflamatório, aliviando a dor e outros sintomas decorrentes de determinadas doenças.
Já no primeiro atendimento, Tereza começou a caminhar sem muletas, as tonturas passaram e a melhora foi constante. Hoje, se emociona em falar sobre o resultado do tratamento. “Foi uma benção na minha vida, o doutor foi um anjo que caiu do céu. Minhas dores passaram, não preciso dos familiares para caminhar e as minhas muletas estão guardadas”.
Companheira fiel de Tereza em todas as sextas-feiras de tratamento, Irene Pereira Pinto, de 88 anos, e moradora do bairro Vila Ramos, encontrou na ponta das agulhas a paz e o analgésico para as dores na coluna.
“Isso me ajuda muito, as agulhas não doem e o relaxamento é imediato. Quando acaba a sessão, eu torço para que a próxima sexta-feira chegue rápido, eu possa encontrar um tempo para relaxar e esquecer minhas dores”, falou Irene.
Dedicação aos idosos
O Doutor Marcos Salgado, observando as mudanças constantes no município, viu a oportunidade de ajudar os idosos com o trabalho voluntário na acupuntura.
“Acompanhei a inauguração do CDI e logo pensei em realizar esse trabalho junto aos idosos. Eu cuido dos meus pais, tenho essa ligação e um afeto especial com os mais velhos. Queria devolver aos munícipes um pouco do que recebo no meu consultório particular e fornecer esse momento de atenção à saúde, afinal, toda profissão tem uma função social”, ressalta.
Em mais uma sexta-feira de trabalho, Marcos conheceu Cláudia de Freitas Araújo, de 53 anos, funcionária do CDI. Após acompanhar as dores que Cláudia sofria, causadas pela mudança de temperatura ao sair da cozinha, o doutor atendeu a funcionária, que hoje fala convicta de sua melhora. “Minhas mãos começaram a atrofiar, meu corpo sempre estava quente e minha artrose na coluna causava dores insuportáveis. Depois das sessões tudo mudou e as dores diminuiriam. Consigo dormir sossegada, não tenho mais dificuldades para pegar uma vassoura como antes. O doutor e a acupuntura foram uma benção na minha vida”, finalizou Cláudia.
Atualmente a realidade de Tereza, Irene e Cláudia é bem diferente de meses atrás. Cláudia mexe o caldeirão de comida para os idosos sem problemas nas mãos; Irene encontra a paz, esquecendo o que é “dor” em cada sessão e Tereza continua alegre, caminhando por todo CDI sem dores e deixando a velha muleta pegando pó em algum canto de sua casa.
Acupuntura no Centro Dia do Idoso
Esse trabalho de acupuntura é oferecido somente aos idosos que frequentam o CDI. A inscrição é feita por meio da procura espontânea do próprio idoso ou de sua família no local de funcionamento do serviço; por encaminhamento da rede socioassistencial ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); e ainda por demanda de outras políticas públicas que atendam idosos.
Vale ressaltar que o CDI atende idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, em situação de vulnerabilidade ou risco social, sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada.
Quem tiver interesse, o médico atende em sua clínica particular. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 4443-2876 e 9.9991-8180.
CDI – Centro Dia do Idoso Tereza Nair Leonardi Anzelotti
Endereço: Rua Tunis, s/n – Parque Vitória
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 17h.
Texto e foto: Jorge Henrique Ramos