Programa “Circuito Expositivo” recebe na Casa de Cultura a artista Sílvia Sapucaia com a exposição “Diálogos” até o dia 18 de novembro

Em um mundo em que estamos constantemente expostos aos mais variados tipos de informações, a tarefa de filtrá-las não se torna nada fácil, mas para a artista plástica Sílvia Sapucaia de 38 anos, a ideia é ao contrário, a função é absorver todas as referências até que se torne uma única obra. É com este conceito que a artista criou a exposição “Diálogos” que está em exposição na Casa da Cultura.

Veja algumas imagens

Sílvia, que hoje faz parte da  Associação Cultural CONPOEMA, é aderecista, figurinista, arte-educadora, atriz e artista plástica, teve seu primeiro contato com artes visuais em 2002 onde fazia pequenas experimentações em tela, porém na época optou em se dedicar ao handebol. Em 2003, ainda afastada das artes visuais, inicia no teatro no projeto “Escola Aberta” do governo do estado de São Paulo.

No ano de 2004, trabalhando em administração, ela ganhou um quadro de uma artista do Inconsciente, projeto para pacientes do Juquery, que ia expor no Morumbi. “Nós conversamos muito, foi quando numa destas conversas, que ela perguntou porque eu não começava a pintar.”

Período conturbado para a artista
No mesmo ano, a artista descobriu que em Francisco Morato havia um curso de pintura em tela e se inscreveu. Daí por diante não parou mais. Porém, neste mesmo momento ela descobriu que estava com depressão; não mantinha comunicação com ninguém, largou o emprego e ficou dois anos sem fazer teatro. Ela conta que nunca deixou de pintar. Nesta fase de isolamento a artista percebeu que desenvolveu uma memória fotográfica, que hoje faz parte do seu processo criativo.

Submergida da doença, em 2010, a artista foi com uma amiga assistir a uma aula no curso livre no MAC-USP ,no Ateliê de Poéticas Visuais e interação, com Sylvio Coutinho, Técnico Científico em Arte. Em parceria com dois artistas também de Franco, eles realizaram uma pesquisa sobre artistas modernos como; Paul Klee, Miró, Picasso, Jean Arp, Poliakoff, Wassily kandinsky. A partir destas pesquisas, começou a brotar na artista o conceito de “Diálogos”, que futuramente daria nome a sua exposição.

Exposição Diálogos
Sobre as obras do “Diálogos”, Sílvia conta que ela nunca consegue dialogar com um único artista. “Eu tive um problema sério de concentração, tem Jean Arp na obra, mas ai você vai observando melhor e vê que tem diálogo com Kandinsky, e por isso de diálogos, tem um monte de referências em uma mesma obra”.

Seus trabalhos têm também uma mistura de desenhos geométricos, diálogo com o artista Poliakoff. Na exposição há uma sequência de quadros de cachorros que a primeiro momento parece simples em ser desenvolvido, só que, conforme a artista explica, são desenhados como uma linha só, uma técnica extremamente difícil.

Obra marcante
Há uma obra feita por Sílvia Sapucaia em que só esteve exposta no primeiro dia do evento: é um figurino do espetáculo; “Juquery: Memórias de Quase Vidas”. Do grupo Compoema. Para Sílvia é uma de suas obras prediletas e que contém um valor imensurável e estimativo. Para criar o manto a artista se baseou nas criações de Arthur Bispo do Rosário (que foi um artista plástico brasileiro, considerado louco por alguns e gênio por outros). Ele acreditava que era Jesus Cristo, e criou um manto de apresentação, onde bordou à mão os nomes das pessoas em que ele queria apresentar a Deus quando chegasse ao céu. Dentro deste diálogo do artista Bispo do Rosário, Sílvia foi bebendo das cores e traços do artista.

No manto de Sílvia, criado para a peça, todos os objetos colocados são pessoais e contém uma riqueza de detalhes da história do Juquery. Na parte da frente do manto tem bordado um coração e uma planta que se chama juquery e o mesmo tom de verde da planta estão bordados atrás os nomes dos pacientes que estiveram e os que ainda estão no hospital. Sílvia conta que foi uma forma de homenagear os pacientes em que a artista mantém contato e que desenvolve um trabalho de ressocialização cultural, através de saraus, pintura e brincadeiras.

A exposição faz parte do programa “Circuito Expositivo”, idealizado e mantido pela Secretaria Adjunta de Cultura de Franco da Rocha, que utiliza o espaço da Casa de Cultura como galeria de arte, promovendo exposições individuais de artistas plásticos locais.

“Diálogos” vai até 18 de novembro,  na Casa de Cultura de Franco da Rocha, que fica no calçadão do Boulevard Giuliano Cechettinni, no Centro da cidade, próxima da estação. A entrada é gratuita e a visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h.

Texto e fotos: Paloma Cristina


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