Rosângela da Silva: uma história de sucesso

Há dez anos vivendo em Franco da Rocha, Rosângela Rego da Silva (38) é um exemplo de uma mulher guerreira que batalha pelos seus sonhos e, de passo em passo, vai conquistando seu espaço como empreendedora.

Natural de João Pessoal (PB), mudou-se para São Paulo ainda jovem, morando no bairro de Santo Amaro. Franco da Rocha surgiu na vida de Rose, como é conhecida pelos amigos e clientes, por meio de um casal de amigos. “Meu marido e eu viemos visitar nossos amigos e passamos a conhecer a cidade, quando surgiu uma oportunidade de comprar um terreno no Jardim Progresso e resolvemos investir para ter nosso próprio espaço e finalmente sair do aluguel”, afirma.

Há 17 anos vive em união com Ricardo Oliveira e possui quatro filhos, um casal de meninas de um relacionamento anterior (Mayara e Maria Laiane) e um casal de meninos com o atual marido (Ricardo Gabriel e Pedro), todos eles sendo criados na cidade que escolheu para viver. Rosângela afirma que no começo a vida foi complicada, mas que hoje Franco é um novo lar para todos. “A adaptação foi bem difícil, inclusive para as meninas, mas agora já estamos bem aqui. Às vezes eu falo brincando pra gente ir embora e eles dizem que não, que aqui é o nosso lugar”, explica.

Empreendedorismo
Por grande parte de sua vida profissional, Rosângela da Silva trabalhou no comércio, sendo garçonete em alguns restaurantes, porém, decidiu que após o nascimento do seu filho caçula não trabalharia mais para ninguém e seria sua própria chefe.

A princípio, tinha a ideia de abrir uma loja de bolsas, mas foi aconselhada pela filha Mayara a trabalhar vendendo salgados. Aceitou a opinião e seguiu no ramo da alimentação, dessa vez por conta própria.

O começo foi em um pequeno box, com poucos recursos. “Eu lembro que quando comecei eu tinha apenas R$500 para comprar em mercadorias. Era arriscado, mas eu fui em frente com muita coragem e luta. Nessa época o Pedro tinha quatro meses e eu me desdobrava inteira entre ser mãe e ser empreendedora para levar dinheiro para casa”, afirma a comerciante.

Depois de um ano em um lugar apertado, transformou seu comércio em uma lanchonete na Avenida Liberdade, no Centro de Franco da Rocha. Nessa mesma época a família começa a ajudar no negócio, com as filhas auxiliando a mãe como podiam. Dois anos depois, ampliou ainda mais o seu comércio, transformando-o em um restaurante.

No espaço, um segredo torna as refeições aprovadas pelos clientes. “Eu cozinho com o mesmo amor que se fizesse o almoço para os meus filhos, esse é o meu segredo”, afirma.

Preconceito
Apesar de todo esforço para realizar seus sonhos, Rosângela conta que ainda hoje sofre preconceito por ser mulher. “Tem gente que vem aqui no restaurante e procura diretamente meu marido achando que ele é o dono e nem olha para cara das mulheres que aqui trabalham, mas mal sabem que fui eu que comecei tudo isso e continuo a frente do comércio tocando tudo”, explica a empreendedora.

Orgulho
Apesar de situações que enfrentou, optar por trabalhar por conta própria é, na opinião de Rosângela, o seu maior acerto. “A melhor escolha, por mais difícil que seja, foi abrir o meu comércio. Trabalhando para os outros eu jamais conseguiria manter duas filhas na faculdade. Me orgulho demais disso. Eu não pude fazer, mas elas certamente irão se formar. A Mayara não queria fazer formatura por ser caro, mas ela vai fazer sim”, diverte-se a mãe.

No comando do lar
Além de ser a líder no comércio da família, na casa de Rosângela, as mulheres também dominam. As tarefas são divididas entre a mãe e as duas filhas que sabem como tudo funciona, onde fica cada coisa. “Se não fosse por nós mulheres os homens estariam perdidos”, diverte-se.

De olho no futuro
Após passar por apuros para iniciar seu próprio negócio, a franco-rochense agora sonha também em poder montar mais um restaurante no município e contar com a ajuda dos filhos meninos que estão crescendo. Após tanta luta, Rosângela espera que seu empenho sirva de exemplo para outras mulheres. “Temos que ter orgulho de ser mulher. Somos ainda muito discriminadas, muito desacreditadas, dizem que não vamos conseguir, que o que queremos não vai dar certo, mas se a gente seguir em frente chega lá. Espero que eu possa servir de exemplo para novas empreendedoras e que elas jamais desistam dos sonhos”

(Texto e foto: Thiago Lins)