Economia Solidária é realidade em Franco

Franco da Rocha é a única cidade de toda a região que conseguiu implantar o programa da Economia Solidária. Porém, para funcionar no município, muito teve que ser feito pela prefeitura.

Desde 2013, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, em parceria com o Fundo Social de Solidariedade, trabalham arduamente para estruturar o município para ter condições de oferecer essa importante ferramenta, por meio de leis e decretos. “A Economia Solidária é uma proposta que possibilita a geração de trabalho e renda, na inclusão social que integra quem produz, quem vende e quem compra”, afirma a secretária da pasta, Ana Maria Ribeiro, explicando sobre o funcionamento do programa.

O resultado do trabalho surgiu em 2016, com a aprovação da Lei de Economia Solidária no município (nº1.185/2016), tornando oficial a implantação da mesma em Franco da Rocha.

Como funciona a Economia Solidária na cidade?

O projeto tem como principal porta de entrada o Centro Solidário de Capacitação e Qualificação Profissional, onde o Fundo Social de Solidariedade oferece, de maneira gratuita, diversos cursos para os munícipes franco-rochenses, entre eles estão cursos na área de corte e costura, modelagem, artesanato e alimentação. Além disso, outras oficinas são oferecidas para a população em vulnerabilidade social, ofertadas nos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do município.

Além dos cursos, o Fundo Social de Solidariedade também promove suas ações graças à capitação de recursos, por meio de eventos (como o Baile de Outono, por exemplo) e campanhas (Páscoa Solidária, Campanha do Agasalho, estão entre elas), o que possibilita continuar esse trabalho com quem mais precisa.

A capacitação, aliás, é só a primeira etapa da Economia Solidária, em que após finalizar o curso, os estudantes não são deixados à própria sorte. A partir desse momento, se assim optarem, podem fazer parte da Incubadora Pública de Talentos e Empreendimentos, onde receberem um treinamento específico para vender seus produtos, aprendendo como fazer marketing, plano de negócios, fluxo de caixa, entre outros temas importantes para encarar a concorrência. “A capacitação no Centro Solidário é a porta de entrada para essas pessoas, mas é preciso dar continuidade, criando oportunidade para elas se emanciparem e terem seu próprio negócio. Como um bebê nasce e precisa ter o acompanhamento para o seu crescimento, assim também precisa ser feito para quem quer ter o seu negócio. Depois de se capacitar eles passam pela incubadora onde vão ter toda assessoria técnica para comercializar seu produto com qualidade”, explica a primeira dama e presidente do Fundo Social, Paula Barreto.

A terceira e a última parte desse processo é finalmente a comercialização dos produtos que foram aprendidos nas aulas. E nesse momento, o novo empreendedor não fica desamparado e pode realizar as suas vendas, com o auxílio do poder público, em ações que acontecem em Franco da Rocha.

Onde é possível encontrar empreendedores do tipo na cidade?

A Economia Solidária está presente atualmente em dois lugares fixos, sendo o primeiro deles a Feira Municipal de Economia Solidária Franco Art, que acontece todas as sextas e sábados, na rua Dona Amália Sestini (próximo à Igreja Matriz), onde cerca de 20 comerciantes vendem seus produtos que vão desde o bordado, passando por tricô, crochê, entalhe em madeira, torção em arame (criação de miniaturas de objetos, como bicicletas e instrumentos musicais), técnicas em reciclagem (criação de vasos com caixa de leite, por exemplo), passando também por produtos alimentícios – entretanto, todos feitos de maneira artesanal, única maneira possível dentro da Economia Solidária – que vai desde tapioca, acarajé, hambúrguer artesanal, pizza artesanal e doces.

Outro ponto onde é possível encontrar os produtos dos pequenos empreendedores é a Boutique Social (que fica no Centro Solidário de Capacitação e Qualificação Profissional, na Rua Saul Cardoso, 150, Jardim das Jabuticabeiras), onde grupos, como o Delícias Caseiras, criado por ex-alunos dos cursos e da incubadora social, pode comercializar, às sextas-feiras suas pizzas, pães e bolos.

Na quinta-feira, acontece a venda de produtos orgânicos dos moradores do assentamento Dom Tomás Balduino (conhecido também como Fazenda São Roque), que traz para o espaço mangas, bananas, caqui, carambola, acerola, laranja, pera, limão, jabuticaba, ameixa, uva, amora, goiaba, abacate, jaca, mandioca, alface, babata doce, mel, coloral, entre outros. “Desses pequenos agricultores que trabalham com as suas famílias é que vem a maior parte dos alimentos que chega à mesa dos brasileiros. Os produtos orgânicos que eles produzem possuem uma série de benefícios, sobretudo para a saúde, além de reduzir os impactos negativos que um cultivo convencional de alimentos traz ao meio ambiente”, afirma Ana Maria Ribeiro.

Além de ter o espaço na Boutique, os produtores rurais também têm espaço na Feira Artesanal. Da mesma maneira que os empreendedores dessa feira podem expor e vender seus produtos na Boutique Social.

É importante ressaltar que os produtores rurais, apesar de não participar de nenhum curso de capacitação do Fundo Social ou da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, fazem parte da Economia Solidária, pois a produção de produtos orgânicos se enquadra dentro da lei.

Outra maneira de comercializar os produtos está no acompanhamento do calendário de atividades da prefeitura, onde os integrantes da Economia Solidária podem participar e vender seus produtos.

Com essas ações, aos poucos, a prefeitura de Franco da Rocha vai alcançando bons resultados dentro dos ideais da Economia Solidária, que é o de enfrentar a exclusão social e a miséria, e funciona como uma ferramenta de combate a precarização do trabalho e do trabalhador, transformando a autonomia desses empreendedores franco-rochenses.

(Texto e foto: Thiago Lins)


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