Obra de arte ao ar livre: paredão em frente a estação ganha novas cores

Quem passa pelo centro de Franco da Rocha, se depara com um verdadeiro quadro ao ar livre. Os grafites, expostos no paredão em frente a estação, tem enchido os olhos de quem caminha por esse lado da cidade.

Inaugurado há mais de 27 anos, o muro que fica na Rua Cavalheiro Ângelo Sestini, teve sua pintura restaurada por conta dos desgastes naturais do tempo sobre os grafites. Para dar um novo visual ao paredão, a prefeitura abriu o edital de chamamento N°015/2017, com o objetivo de receber propostas de grafiteiros, por meio de empresas ou MEI (Micro empreendedor individual), interessados em realizar intervenções artísticas-urbanas nos muros da cidade. As inscrições foram abertas do período de 9 a 21 de novembro de 2017. Confira o edital

Na inscrição o grupo coordenado por Douglas Scotti, artista da região, apresentou o projeto “Nossa história”,e este foi prestigiado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, pára realização do projeto no paredão.

Com muita emoção, os grafites trazem aos munícipes boas lembranças e marcas da cidade. Eles foram feitos pelos artistas franco-rochenses Douglas Scotti, Fábio Campanhola e Fred Guimarães, mais conhecido como Derf.

Segundo Douglas, a ideia dos grafites foi retratar os momentos históricos da cidade. “Trouxemos uma temática valorizando o município. Quem observa o muro pode ver uma linha do tempo até os dias atuais”, afirmou orgulhoso.

O processo de restauração

O muro contava com grafites que já estavam no local há mais de 20 anos e sofreram degradações com o tempo. Após o projeto apresentado pelo grupo, o paredão foi pintado de azul para cobertura total dos antigos desenhos. Em seguida, foi a hora de quadricular a parede, para que o alinhamento ficasse da melhor maneira possível, inclusive a proporção.

Com o “quadro ao ar livre” marcado com giz, os grafiteiros colocaram a mão no spray e foi hora de colorir. A conclusão do desenho está prevista para o final deste semestre.

Um pedacinho de Franco da Rocha

Em uma ponta, os desenhos marcam o início da história de uma cidade pioneira e cheia de fé, que começa com a ilustração de uma planta, a famosa Dorme Maria. Em seguida, temos a imagem do Doutor Franco da Rocha, o responsável pelo nome da cidade, acompanhado do selo carimbo do hospital psiquiátrico.

Retratando um pedinte com uma caneca na mão, o desenho de um rapaz vestido com um casaco preto de feltro, calças verdes e segurando a caneca de café, nos traz a lembrança de um paciente do hospital, já que era assim que eles se vestiam.

Pensando nas locomoções da época, os artistas não esqueceram de colocar no painel as charretes, que ficavam localizadas onde é hoje o ponto de táxi.

Uma transferência arquitetônica da entrada do prédio principal do Juquery, também está presente no desenho, com um rosto acima do Dr. Osório César, o médico precursor na arte terapia do país. Após esta referência, o grafite traz uma procissão e alguns cavalos, para lembrar as manifestações religiosas e a romaria, que sai tradicionalmente todos os anos de Franco da Rocha.

Como não poderia faltar, a famosa cancela de trem da linha férrea, que ficou marcada na memória dos franco-rochenses, está registrada no muro.

As tristezas também fazem parte da história, como as enchentes e as mazelas que as fortes chuvas deixam, de tempos em tempos e que estão representadas pelo desenho do alagamento, contadas, por meio dos sprays de tintas.

Momento atual

O grafite também conta atualidades, apresentando uma leitura mais moderna e geometrizada com ferramentas, que fazem alusão à força de trabalho. Em seguida, as informações da nova estação de trem, do parque e do terminal, finalizam os desenhos com o olhar esperançoso de uma criança acompanhada do selo do Juquery, pois o nosso passado sempre estará associado ao presente.

Reta final

Os artistas estão finalizando a parte superior que tem um paredão um pouco menor. Lá eles começaram a estampar uma referência às manifestações culturais e expressões da década de 70, 80 e início de 90, com os símbolos das fanfarras.

Para marcar os corações franco-rochenses, a frase “Franco da Rocha ainda te amo…Juquery Soy Louco por Ti”, do músico local, Ranulfo Farias, trará sensações de quem nasceu, e/ou aprendeu a amar essa cidade.

Ao final, a ideia é deixar no muro poesias e máscaras de teatro, para marcar essa linguagem de arte, que é muito atuante na região, como forma de resgate da cultura.

As linhas desenhadas nos muros retratam muito amor em cada pedacinho dessa linda história.

(Texto: Gabriella Oliveira – Foto: Orlando Junior e fotos de arquivo da prefeitura)


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