Artes de Franco: Marcia Silveira, professora de oficina cultural, tem trabalho exposto na Bienal Naifs do Brasil 2018

Mais de 1000 trabalhos foram enviados para participar da 14ª Bienal Naifs do Brasil 2018. Desses, apenas 120 foram selecionados e, entre eles, estavam duas obras de artes feitas em Franco da Rocha por Marcia Silveira, que é professora das oficinas culturais de papietagem e papel machê, sendo também responsável por ensinar pintura de tecido para diversos alunos no Centro Cultural Newton Gomes de Sá.

Dos trabalhos feitos, Marcia enviou duas esculturas em papel machê, sendo uma do psiquiatra Osório Cesar, que é considerado o precursor no trabalho de arteterapia com internos no Juquery e a outra de Aurora Cursino, pintora que foi paciente de Osório no Juca em 1944.

Ambas as artes foram selecionadas para fazer parte da Bienal Naifs, na exposição Daquilo que Escapa, no Sesc Piracicaba. Ela está disponível desde o dia 18 de agosto, sendo possível fazer a visitação até 25 de novembro. (Quer saber mais sobre a Bienal, ver mais obras e artistas? acesse bienalnaifs.sescsp.org.br/pt/)

Além de fazer parte da exposição, as esculturas integram o catálogo da Bienal, junto com as demais obras. “Tinham trabalhos de xilogravura, pintura, montagem com reciclados, pintura de quadro, várias nuances de arte”, contou Marcia.

Na sexta-feira (17), ao lado de diversos artistas de todo Brasil, Marcia participou do vernissage da exposição. “Eu me emocionei muito, cheguei a chorar mesmo. Às vezes o artista não se dá o devido valor, se questiona muito e ver que o seu trabalho foi reconhecido por profissionais da área, por curadores que entendem, é muito gratificante”.

O processo da construção das esculturas também fez parte da fala da artista. “Eu pego uma fotografia e vou criando em cima do que estou vendo. Encho um saco e vamos moldando, tudo com papelão. A gente papieta primeiro, com cola e jornal e, depois passamos massa de papel machê, que é papel, cola e água. Aí você vai formatando pra virar um rosto, com nariz, olhos. A pintura é feita com tinta de parede acrílica com pigmentos”.

“Quando trabalhamos com papel machê, transformamos notícia ruim em artes, em coisa legal. As notícias ruins deixaram de ser ruins pra se tornar algo lindo”, afirmou a professora.

Ao falar sobre sua obra de arte agora exposta, Marcia agradeceu o apoio de membros da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, que a incentivou e também contou que fez as obras inspirada no atual momento que a cidade vive, onde as histórias estão sendo resgatadas, como, por exemplo, com a restauração do Museu Osório Cesar. “Foi um prazer fazer Osório, ele trouxe a arte para o lado psiquiátrico de Franco e a Aurora Cursino mostrou a capacidade de uma pessoa. Ela foi uma paciente de Osório e tem o maior número de obras do Juquery. Ver o trabalho dela, o que significou por cada cor ali, é muito emocionante”.

Marcia contou que os seus trabalhos abrem a exposição da Bienal. “Fiquei impressionada, além de estar com artistas do Brasil inteiro. É impactante”, afirmou a artista, que é de Atibaia, em São Paulo.

A professora, formada em Relações Públicas, que trabalhou 25 anos em agências de viagens, tinha a arte de papietar como hobby, e agora conta com duas obras em exposição, sendo exemplo para os 30 alunos de papietagem e os 16 que fazem papel machê no Centro Cultura. “Estamos formando arteiros em Franco da Rocha”.

Mais sobre a exposição

Com quase 30 anos desde a sua primeira edição, realizada em 1992 em Piracicaba, A Bienal Naifs do Brasil é voltada para expressões artísticas de caráter popular, autodidata e espontânea. O termo empregado, Naifs é de origem francesa e sugere algo natural, ingênuo ou espontâneo.

Atualmente, a seleção dos artistas participantes ocorre via edital aberto, bem como por convite, a partir da formação de uma comissão composta por curadores, artistas e pesquisadores. Ela tem como objetivos principais o incentivo a produção artística popular, oferecendo espaço para apresentação das artes e estimulando pensamento crítico.

Quer fazer uma visita?

Visitação: 18 de agosto a 25 de novembro de 2018;
Horários: Terças a sextas, das 13h30 às 21h30; Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h;
Endereço: Rua Ipiranga, 155 – Centro, Piracicaba – SP;
Entrada gratuita.

(Texto: Ewerton Geniseli – Foto: Equipe Cultura)


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