Violada emociona dezenas de pessoas em mais uma apresentação no Centro Cultural
O Centro Cultural recebeu, no último sábado (6), mais uma edição da Violada. O que se pôde ver no local foram muitas famílias, amigos e todos envolvidos pela arte da música raiz.
Como aconteceu nas últimas apresentações, a orquestra de Viola Caipira franco-rochense foi a anfitriã e recebeu os novos convidados desta edição, Marcelo Viola & Ricardo.
Para iniciar o grande show instrumental, o mentor do grupo, professor Fabio Miranda apresentou os integrantes da orquestra de Franco, contou sobre a trajetória até essa apresentação e começaram a tocar já de cara com a famosa música Cuitelinho, de Pena Branca e Xavantinho.
Entre uma música e outra muita emoção de quem assistia na plateia. Muitos se lembravam de ensinamentos passados e costumes de pais, mães e avós que gostavam ou gostam desse estilo musical.
Ganhando espaço em meio ao universo de games e muitos eletrônicos, a música caipira ainda sobrevive chegando nas nossas crianças, como foi o caso dos apelidados pelo professor Fabio, Muriçoca e Marimbondo, ambos pequenos que integram a Viola Caipira de Franco.
Eles deram um grande show a parte, mostrando o talento com a viola. Após esse momento tocaram juntos outros membros da orquestra, sendo pai, filho e avô.
Logo depois do grande espetáculo, foi a vez de convidar os cantores caipiras ao palco, Marcelo Viola & Ricardo, que apresentaram ao público o show Modas e Modões.
Marcelo falou em nome da dupla e fez uma analise sobre a situação da Viola Caipira no Brasil. “Gostaria de dar os parabéns aos que se apresentaram anteriormente e dizer que a viola está em alta. Acredito que ela nunca passou por um momento tão bom, desde os tempos em que esteve em alta de verdade, nos anos 80”.
O Violeiro fez um paralelo quanto aos tempos passados e a atualidade da viola. “Antes as pessoas tiravam sarro, e hoje em dia ser caipira é como se fosse um estilo de vida. Não tínhamos tantos espaços como esse para tocar. Na rádio não tinha viola, era só de madrugada, mas hoje, no horário nobre da TV você consegue ouvir música caipira”.
A apresentação de ambos foram lindas e deixaram muitas pessoas emocionadas. Entre os que assistiam a Violada estava Edicarlos Vitorino, acompanhado da esposa Taina, da cunhada Bia e do sobrinho Natan.
Ambos estavam passando pelo Centro Cultural quando se deparam com o cartaz da violada, com o som e, curiosos, foram conhecer um pouco da Viola Caipira.
Edicarlos, que curte outros sons como Rap, Rock, Reggea, se permitiu ouvir um som diferente e falou sobre o que achou dessa experiência. “A gente gosta de música, música boa e achamos uma programação ótima. Foi maravilhoso, uma ótima experiência. A curiosidade me levou a conhecer esse estilo que não conhecia”.
Além de se permitir conhecer o novo estilo musical e incentivar o sobrinho, Edicarlos contou que é uma pessoa aberta para música e que estudou Teoria Musical pelas oficinas culturais com o mestre Jairo, no Centro Cultural.
Saiba mais sobre a dupla que se apresentou
Marcelo e Ricardo se conheceram em 2003, por meio da dupla de irmãos Sandro e Rangel, numa brincadeira de moda de viola que aconteceu na praia. Os quatro rapazes se juntaram e desse encontro nasceu o grupo regional “Geração Raiz”.
Dois anos mais tarde o quarteto se desfez. A amizade entre os dois, porém, estava fortalecida e alavancou a realização do sonho pessoal de cada um, a formação da dupla Marcelo Viola & Ricardo.
Apaixonados pela música sertaneja com o objetivo comum de difundir e, sobretudo, resgatar a memória da música raiz, eles tocam e cantam um vasto repertório de sucessos de artistas consagrados e respeitados no meio musical: Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Peão Carreiro e Zé Paulo, Milionário e José Rico e Almir Sater, que são apenas alguns dos nomes revisitados pela dupla em suas apresentações.
O Projeto Violada
Iniciado em 2017, o Violada tem como objetivo promover o intercâmbio entre os músicos participantes, além da formação de público para a nova produção musical das violas.
Com as apresentações do projeto, violeiros com reconhecido trabalho ou que estão se projetando no cenário musical podem alcançar o público simpatizante da música de viola em diversas regiões brasileiras, por meio de uma rede de pequenas iniciativas locais, de coletivos de artistas, espaços culturais e parcerias.
(Texto e foto: Ewerton Geniseli)