Obras do Museu Osório Cesar estarão na 11ª Bienal de Arte Contemporânea de Berlim
A 11ª Bienal de Berlim selecionou 15 obras feitas por pacientes do Complexo Hospitalar do Juquery para participarem da Mostra de Arte Contemporânea 2020, na Alemanha. A exposição acontece entre 5 de setembro e 1º de novembro e contará com criações dos artistas Ubirajara Ferreira Braga, Aurora Cursino dos Santos, Maria Aparecida Dias e Masayo Seta.
Veja fotos da vistoria das obras.
A curadoria da 11ª edição é formada pela argentina Renata Cervetto, pela chilena María Berríos, pelo espanhol Agustín Pérez e pela brasileira Lisette Lagnado, que deu início à escolha das obras em 2019, quando visitou o acervo do Museu de Arte Osório Cesar (MAOC).
Os trabalhos selecionados refletem o pensamento e os sentimentos de cada artista. Entre as produções, há pinturas em acrílico, tinta óleo, óleo sobre papel, hidrocor, grafite e guache.
Na quinta-feira (23), o Técnico em Museologia da Secretaria Municipal da Cultura, Elielton Ribeiro, participou da visita técnica para vistoria das obras antes de serem embaladas e levadas a Berlim.
Segundo Elielton, o desenvolvimento conceitual do processo de curadoria da exposição foi inspirado no arquiteto e artista Flávio Rezende de Carvalho. “Além do Flávio ser artista brasileiro, cabe destacar que a curadoria é majoritariamente latino-americana, partindo de perspectivas do Sul global para a exposição”, destacou o técnico.
Ainda, no âmbito municipal, Flávio Carvalho teve expressiva participação na construção da história artística do Juquery, visto que, no passado, o psiquiatra e intelectual Osório Cesar atraiu a atenção desse grande nome, por meio da implantação da arteterapia utilizada como tratamento alternativo no Hospital do Juquery.
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Conheça os artistas
Aurora Cursino dos Santos, nasceu em 1896 e descobriu seu lado artístico após ser internada em 1944 no Hospital Psiquiátrico do Juquery, quando passou a ter contato com a arte por meio das oficinas de pintura. Anos mais tarde, foi aluna da Escola Livre de Artes Plásticas (ELAP), dirigida por Osório Cesar, da década de 1950 até 1964.
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Masayo Seta, nascida em 1927, antes de ser paciente do Juquery também frequentou a ELAP. Suas produções artísticas representam cenas cotidianas vividas no ateliê psiquiátrico, além de retratar, por meio de riscos rápidos e cores vivas, uma leitura psicológica.
Maria Aparecida Dias, artista e interna do Juquery, apresenta obras mais gestuais. Entre seus trabalhos, destacam-se a escultura que acabou se tornando um autorretrato. Conhecida como Cidinha, a artista, em companhia do colega e artista Ubirajara Ferreira Braga, foi uma das pessoas que mais produziu durante a existência do ateliê psiquiátrico.
Com pinceladas fortes e cores vibrantes, o interno e artista, Ubirajara Braga, conhecido como Bira, é um dos artistas mais emblemáticos da história e possui mais de 3 mil obras guardadas no acervo do Museu de Arte Osório Cesar.
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Museu de Arte Osório Cesar (MAOC)
Com o fechamento da Escola Livre de Artes Plásticas, dirigida pelo psiquiatra paraibano Osório Thaumaturgo Cesar, foi criado o museu que carrega seu nome. Inaugurado em 1985, o local foi fechado em 2006, depois do incêndio que atingiu o prédio administrativo do Juquery. Após a consolidação da parceria entre o Complexo Hospitalar e a prefeitura de Franco da Rocha, a Secretaria Municipal da Cultura passou a coordenar o projeto de reabertura do museu, com recursos do Fundo Estadual de Direitos Difusos (FID/SJDC-SP).
Atualmente, a edificação está em processo final de recuperação, restauro e restruturação para ser reaberta como Museu de Arte Osório Cesar. O prédio, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, abrigará salas de exposição, sala de vídeo, ateliê de artes, espaço educativo e um café para os frequentadores.
O acervo, que contém mais de 8 mil obras, também está recebendo intervenções (catalogação, higienização, acondicionamento e restauro de uma primeira parcela das obras) que possibilitarão sua reabertura para o público.
Ainda de acordo com o Técnico em Museologia, as obras enviadas à Alemanha, retornarão até 1° de dezembro de 2020 para o acervo do MAOC.
Texto: Heloísa Maia – Foto: Orlando Junior
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