Símbolo da arterapia no Brasil, Museu de Arte Osório Cesar reabre as portas ao público
Franco da Rocha deu um grande passo para a preservação de sua história com a reabertura do Museu de Arte Osório Cesar (MAOC), localizado no Complexo Hospitalar do Juquery. Símbolo da arteterapia no Brasil, o espaço passou por um processo de restauro e reabriu as portas para o público nesta terça-feira (1º), junto às comemorações de aniversário da cidade.
A cerimônia de abertura, coordenada pelo prefeito Kiko Celeguim, contou com a participação virtual do governador João Doria, do secretário de Desenvolvimento Regional Marco Vinholi e do secretário de Justiça e Cidadania Fernando José da Costa. Também estiveram presentes o vice-prefeito Dr. Nivaldo, o deputado Maurici, o secretário interino de Cultura Marcus Brandino, a vice-prefeita eleita Lorena Oliveira, além dos vereadores municipais e de representantes dos municípios vizinhos.
O prefeito Kiko agradeceu a parceria firmada com o governo do Estado para a reabertura do museu. “É uma grande alegria poder fazer parte da história da cidade trazendo de volta esse importante equipamento de lazer e cultura para a população. Tenho certeza que o Museu Osório Cesar vai reunir as famílias franco-rochenses e que as futuras gerações poderão resgatar e preservar a memória da cidade, conhecer suas raízes e se orgulhar de sua identidade e de tudo o que foi construído aqui, para que saibam que Franco da Rocha é sim, ciência, cultura, pioneirismo e arte”.
Parabenizando o público pelo aniversário da cidade, o governador celebrou a inauguração. “Estamos colocando o Museu Osório César à disposição da população de Franco da Rocha e dos demais visitantes também. Esse museu é tão bonito e tão importante que vai servir a pessoas de outras regiões e, inclusive, de fora do estado de São Paulo”, ressaltou.
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Fundado em 1985, o museu estava fechado há mais de dez anos, após o incêndio que atingiu o prédio administrativo do Juquery. O processo de restauro iniciou em 2017, por meio de parceria entre o Juquery e a Secretaria Municipal de Cultura, via edital do Fundo Estadual de Interesses Difusos (FID/SJDC-SP). A reabertura desse grande patrimônio, representa um marco na história do município, que nasceu a partir da criação de uma colônia psiquiátrica, que na década de 1970 chegou a atender cerca de 16 mil pacientes, tornando-se a maior da América Latina.
Dessa forma, a trajetória de Franco se entrelaça entre a loucura, a ciência e o pioneirismo do uso a arte como instrumento terapêutico, e agora ressignifica estigmas do passado e abre um novo caminho para o turismo cultural da região metropolitana de São Paulo.
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Franco da Rocha: berço da arteterapia
O prédio do MAOC, cujo projeto arquitetônico foi criado pelo Escritório de Arquitetura Ramos de Azevedo, já foi residência do Dr. Francisco Franco da Rocha, fundador do Hospital Psiquiátrico do Juquery e leva o nome de um dos principais expoentes da arteterapia no Brasil: o médico Osório Thaumaturgo Cesar, que também foi músico e crítico de arte. Casado com a pintora Tarsila do Amaral, seus estudos sobre a expressão artística dos alienados tiveram influência no circuito intelectual e artístico paulistano. Osório ingressou no hospital na década de 1920 e, após observar as criações dos internos, fundou a Escola Livre de Artes Plásticas (ELAP) do Juquery, onde os pacientes produziam diversas atividades artísticas, como desenho, pintura, escultura e modelagens em argila e cerâmica.
Resultado do esforço de Osório Cesar em difundir a arte dos pacientes, o acervo do museu conta com diversas criações, símbolos da potência dos internos para produzir obras que versam sobre experiências distintas de conexão com o mundo.
Uma das visitas mais especiais à inauguração do MAOC foi a dos netos do Dr. Osório Cesar, Eduardo Rubens Maragliano Filho e Rubens Cesar Maragliano Neto. Emocionados com os feitos e contribuições do avô para a psiquiatria e para arte, eles visitaram também o acervo do museu, que conta com mais de 8 mil obras.
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Inaugurando a exposição de longa duração “Há luz atrás dos muros” com a curadoria de Hélio Menezes e Pedro Quintanilha, que selecionaram cerca de 270 produções de artistas do Juquery, a mostra inclue suportes de cerâmica, papel e tela, todas restauradas, de acordo com as necessidades individuais de cada obra e buscando a mínima intervenção possível. O prédio do MAOC abriga uma sala de vídeo para sensibilização, sala de exposição de médio porte, três salas de exposição de pequeno porte, loja de conveniência, um café e uma área educativa para interação dos frequentadores com atividades ligadas à arte.
Texto: Luana Nascimento – Foto: Orlando Junior
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