Infectologista da Prefeitura, Dr. Paulo Antonio Friggi, tira dúvidas sobre a vacinação contra a Covid-19

A Campanha de Vacinação contra a Covid-19 em Franco da Rocha começou no dia 21 de janeiro. Seguindo os protocolos do Programa Nacional de Imunização, o a cidade já vacinou 2.405 pessoas, entre profissionais de saúde, trabalhadores do cemitério municipal, funcionários de farmácias, idosos com idade acima de 90 anos e, atualmente, estão sendo imunizadas pessoas de 85 a 89 anos.

Até o momento, duas vacinas estão sendo aplicadas no município: a Coronovac, produzida pelo Instituto Butantan e a Oxford, do laboratório AstraZenenca. À medida que novos lotes de imunizantes chegam, muitas questões são levantadas pela população. Diante disso, a Prefeitura convidou o médico infectologista Paulo Antonio Friggi de Carvalho, para esclarecer as dúvidas mais frequentes da população.

No bate papo, Paulo ressalta sobre a importância da vacinação, tempo de imunização para as doses aplicadas, efeitos colaterais, entre outras inseguranças dos cidadãos.

Confira as respostas do infectologista às perguntas dos franco-rochences:

Por que a vacinação é importante?
Vacinar é importante porque, até o momento, é o único meio que nós temos para bloquear essa grande pandemia que não tem tratamento. Então, é a única maneira de evitar mortes, para que a nossa vida volte ao normal o mais breve possível.

Até que ponto as vacinas impedem a transmissão do vírus?
Após tomarem a vacina, as pessoas vão deixar de ficar doentes. Assim, o vírus passa a circular menos entre a população, e consequentemente, acaba a cadeia de transmissão viral.

Quanto tempo dura a imunidade oferecida pelas vacinas Coronavac e Oxford?
As vacinas estão em uso emergencial, os estudos finais estão em andamento para definir esse tempo de imunidade. Então, o que nós sabemos até agora sobre elas é que são eficazes e seguras. Esse período de duração ainda depende do tempo que nós médicos temos para entender cada uma das vacinas. É certo que a vacina de Oxford, após 28 dias da primeira dose, garante uma proteção de pelo menos 90 dias. A partir da aplicação da segunda dose, esse tempo é maior. Se vai ser necessário a aplicação de novas doses em outro momento, só o decorrer da pandemia vai nos dizer.

Entre as duas vacinas disponíveis até o momento, existe uma que seja melhor?
Não, a melhor vacina é a que está disponível para tomar. Ambas são equivalentes em eficácia e segurança. O importante é se vacinar, independente da fabricante.

A população pode escolher qual vacina deseja tomar?
Não, nós forneceremos a vacina que for dispensada pelo Ministério de Saúde, que já passou pelo estado e foi distribuída para os municípios.

Quais são os efeitos colaterais que as vacinas podem apresentar?
As vacinas podem ter efeitos colaterais como qualquer outra já aplicada até hoje. Os efeitos mais comuns são: dor de cabeça, dor no corpo e cansaço. Vale lembrar que esses sintomas não costumam demorar mais de 24 ou 48 horas para se manifestar. Não existe risco nenhum para a população, são eventos leves e benignos, como de qualquer outra vacina. Quando esses sinais adversos acontecem, é um sinal que nosso corpo está respondendo bem imunologicamente à vacina aplicada.

Qual o limite de tempo para tomar a segunda dose de cada uma das vacinas?
É preciso lembrar que são duas vacinas diferentes. Para a Coronavac, a segunda dose deve ser administrada entre 21 e 28 dias após a primeira aplicação e, no caso da Oxford-AstraZenenca, de 8 a 12 semanas depois da primeira dose.

É possível tomar duas doses de vacinas diferentes?
Não é possível! A partir do momento da aplicação, a segunda dose precisa ser da mesma fabricante.

Quais as principais diferenças entre as vacinas Coronavac e Oxford-AstraZenenca?
A principal diferença entre as duas vacinas está na maneira de cada uma agir no sistema imunológico, e não na eficácia. A Coronavac possui um método usado há anos na vacinação no Brasil: pega-se o vírus e o deixa inativado, sem poder de se replicar dentro do corpo humano. A vacina de Oxford tem uma metodologia diferente, onde foi retirado um vírus causador de resfriados comuns em macacos e foi adicionando um pedaço do material genético do Coronavírus capaz de produzir proteínas no sistema imunológico, barrando a ação da Covid-19.

As duas vacinas oferecidas pelo governo protegerão contra as novas mutações e variantes do Coronavírus?
O que temos de dados até o momento é que, a princípio, as vacinas que já temos são eficazes para as novas mutações e mantém sua efetividade. Claro, é algo novo e vem sendo estudado a todo momento, inclusive, alguns fabricantes estão propondo ajustes nas vacinas para atender essas novas variantes.

Depois de quanto tempo após a vacina a população estará imune?
O pico de imunidade, pode ser considerado após duas semanas após a aplicação da segunda dose.

Quem já foi infectado pela Covid-19 e está entre os grupos prioritários pode se vacinar?
Sim, pode se vacinar normalmente. Nós só orientamos a espera em torno de 30 dias após os primeiros sintomas ou o resultado do exame positivo para fazer a vacinação com a pessoa estando assintomática.

A vacina é contraindicada para algum público?
Até o momento, a vacina não é recomendada em alguns casos especiais: para as gestantes, porque não há estudos concretos para esse grupo, no entanto, não existe contraindicação, aconselha-se que seja feita uma avaliação cautelosa do ginecologista de confiança. Para aqueles que já contraíram o vírus a menos de 30 dias, pessoas que apresentarem estado febril e casos respiratórios, a orientação é para adiar a vacinação.

Após tomar a primeira dose da vacina, a população pode deixar de usar máscara?
Não pode! Nem após a segunda dose. Não podemos ter a falsa sensação de segurança só por conta da vacina. Vai demorar um tempo determinado para uma parcela da população ser vacinada, para atingir a famosa imunidade de rebanho de que tanto se fala e assim diminuir a circulação do vírus. A vacina vem sendo aplicada de forma gradativa no mundo inteiro, por isso, as medidas de proteção individual e coletivas seguem valendo, como a utilização correta de máscaras, higienização das mãos e distanciamento sempre que possível.

Texto: Bianca Monteiro – Foto: Cesar Iury


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