Andressa Alves: conheça a história da craque da seleção brasileira de futebol que cresceu em Franco da Rocha

Franco da Rocha sempre foi um berço de talentos, afinal, a força da cidade sempre atravessou fronteiras, principalmente, no esporte. E nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, decidimos trazer aqui a história de uma franco-rochense de coração que se tornou uma das maiores estrelas da seleção brasileira e do futebol feminino mundial.

Ela foi a primeira brasileira contratada pelo Barcelona, craque da seleção com a marca de uma das jogadoras que mais vestiram a amarelinha em mais de 100 jogos e, atualmente, a principal jogadora da equipe italiana da Roma, no velho continente. Não é difícil apresentar Andressa Alves, de 29 anos, atleta que ganhou o mundo, muitas conquistas e, por mais de uma década, viveu pelas ruas de Franco da Rocha em busca de seu sonho de jogar futebol.

Andressa Alves nasceu em Pirituba e ainda muito nova se mudou com a família para o bairro Parque Paulista, em Franco da Rocha. Antes mesmo de ganhar a primeira bola de futebol, para alimentar seu amor pelo esporte, fez as cabeças das bonecas da irmã mais velha rolarem pela casa, passando também, horas na rua jogando com os primos e amigos.

“Ela sempre foi muito brincalhona. Não parava em nenhum momento e com o amor pelo futebol sempre aumentando. Jogava bola com os primos e boneca parada não tinha vez, a cabeça virava bola. O futebol sempre esteve nela e rapidamente virou um sonho. Confesso que fiquei com medo de ela não conseguir realizar esse sonho pois para mulher, assim como em toda profissão, é muito mais difícil”, diz João Batista, pai da Andressa, que vive até hoje no Parque Paulista.

O início, a ascensão e a desigualdade no futebol feminino

Os anos foram passando e Andressa recebeu a oportunidade de fazer seu primeiro teste para ingressar em um clube. Aos 16 anos, no auge da adolescência, o destino foi a Mooca, bairro da zona leste de São Paulo, onde fez uma partida incrível na peneira do Juventus, sendo aprovada e tornando-se então uma ‘moleca travessa’.

“Tudo aconteceu muito rápido. O amor pelo futebol, desde a barriga da minha mãe, e o primeiro clube aos 16 anos. Sei também que tudo isso foi possível não só pelo talento, mas também pelo apoio da minha família. A maioria das garotas que têm esse sonho, não têm apoio dentro de casa e faltam oportunidades. Além da desigualdade de gênero. Com o crescimento do futebol feminino nos últimos anos, tudo tende a ser diferente”, comenta Andressa.

A desigualdade e falta de apoio citadas por Andressa já foram bem piores. Quando a seleção brasileira masculina foi tricampeã do mundo em 1979, as mulheres ainda eram proibidas de jogar futebol devido uma lei nacional, assinada em 1941, que não permitia a prática do esporte por elas por serrem “incompatíveis com as condições da natureza”. A revogação da lei acontece justamente no fim 1979, após 38 anos.

Quando Andressa chega ao time do Foz Cataratas em 2010, a modalidade do futebol feminino tinha menos de 30 anos de regulamentação. Com a igualdade engatinhando, Andressa seguiu buscando seu espaço fazendo parte das categorias de base da seleção brasileira e, pouco tempo depois, chegando ao time principal.

Daí por diante, a franco-rochense rodou o mundo passando por Estados Unidos, França, Espanha e, agora, Itália. Segundo a própria camisa sete da seleção, o título mais marcante de sua carreira foi o pan-americano de 2015, disputado no Canadá. A seleção goleou por 4 a 0 a Colômbia na final, com o terceiro gol marcado por Andressa em um chute de primeira no contrapé da goleira colombiana.

Recentemente Andressa entrou para história da Roma conquistando a Copa da Itália, o primeiro título do futebol feminino do clube, com a brasileira sendo a craque do torneio.

Andressa realizou todos os sonhos possíveis, competindo ao lado de grandes referências no futebol brasileiro como Marta – a maior da história do futebol -, Cristiane, Formiga e a ex-meio-campista, Fran, com quem se casou em 2020 e estão juntas há 10 anos. Francielle fez história no Santos e na seleção, onde conquistou a medalha de prata nos jogos de Pequim, em 2008.

No fim da entrevista, Andressa Alves deixou um recado para todas as mulheres que têm o sonho de chegar ao profissionalismo no futebol feminino. “Por mais difícil que pareça, não abra mão daquilo que está no seu coração. Não é fácil, mas a dedicação, o foco e a esperança podem te levar longe. O futebol é mágico e reserva grandes coisas para nós, mas não se esqueça de ter uma segunda opção além desse amor, pois lá na frente você vai ser gigante, seja no futebol ou qualquer outra coisa que escolher para a vida”.

Texto: Jorge Henrique Ramos – Foto: Naomi Baker – FIFA | Daniela Porcelli – CBF


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