Mostra de Cinema da Mulher exibe filmes sobre a resistência e luta diária das mulheres
Na última quarta-feira (17), aconteceu a exibição dos filmes “Perifericu” e “A Parteira” no Franco Cine, que faz parte da programação do Festival de Inverno 2022. O evento foi realizado no Circo Escola dentro do parque Benedito Bueno de Morais e contou com a sessão do sétimo ano da Mostra de Cinema da Mulher de Franco da Rocha. Veja fotos do evento.
Apesar da chuva, a lona e o espaço do circo acolheu e esquentou todo o público que chegou para ocupar seus lugares, tudo em um clima agradável e contagiante.
O primeiro filme apresentado, A Parteira, prendeu a atenção das pessoas por contar a história de Donana, parteira com meio século de experiência em seu ofício e que representou a resistência da tradição e humanização ao parto na região de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Possuindo uma personalidade forte, ela compartilha sua sabedoria adquirida aos longos dos anos, sendo mãe, mãe de santo, deusa e esposa.
Como uma fenix que renasce das cinzas, Donana, que inicialmente é desprezada por sua aparência fraca, sensível e delicada, ensina aos telespectadores a serem fortes diante das dificuldades e tribulações da vida. A personagem, durante a trama, representa ainda uma improvável conexão entre raízes de pensamentos tão distintos e opostos como religião e politica, que acabam se concentrando na figura de uma mulher forte e serena.
Já no segundo filme, Perifericu, contou a história das personagens Denise e Luz, mulheres negras nascidas e crescidas no meio das canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue, abordando como é a vida de uma mulher negra e LGBTQIA+ dentro do contexto das periferias de São Paulo. A narrativa traz o questionamento sobre o cinema branco, elitista, masculino e cisheteronormativo encontrado em festivais, em programas de televisão, dos cinemas, em circuitos comerciais e afins.
As personagens vivenciam e revelam na história a demostração de que a unidade, vista como capitalista na trama, da estrutura do cinema é fruto de uma necessidade de singularidade e protagonismo pessoal. Com isto, o filme é uma dura crítica ao estereotipo e um modelo a ser seguido diante da sociedade, que o padroniza no meio social.
Sobre o Coletivo Baciada das Mulheres de Juquery
A mostra acontece na cidade desde 2016 com realização do Coletivo Baciada das Mulheres de Juquery, por meio da Prefeitura pela Secretaria Adjunta da Cultura, com o objetivo de discutir questões sociais, por meio dessas produções, das diferentes realidades das mulheres nos seus cotidianos e em suas opressões.
O coletivo é composto por moradoras da região e foi criado em agosto de 2015, com o intuito de dialogar com a comunidade por meio do ativismo feminino. E desde o seu início, o grupo realiza a mostra de Cinema da Mulher, dando visibilidade para as produções cinematográficas de mulheres brasileiras, além de enfatizar a relevância desses projeto e as histórias trazidas, no qual a resistência e o fortalecimento da rede de apoio entre mulheres são elementos essenciais no contexto atual.
Texto: Amanda Iglesias – Foto: Jorge Henrique Ramos
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