Conselheiros municipais participam de capacitação sobre inclusão e interseccionalidade de pautas sociais
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social, realizou na última terça-feira (11), uma formação para um grupo de conselheiros municipais. O evento, que aconteceu na Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) de Franco da Rocha, consistiu em uma capacitação sobre inclusão social e interseccionalidade, tema que abrange importantes pautas que precisam de mais atenção.
Ministrada por uma das maiores vozes do Brasil na luta sobre a despatologização das identidades de pessoas transsexuais, Neon Rocha, a formação explicou ao público o conceito da interseccionalidade. Criado por feministas negras na década de 80, a interseccionalidade das pautas sociais aponta diferentes marcadores sociais, como questões de gênero, etnia, raça, sexualidade, classe social, entre outros, e como essas pautas interagem entre si influenciando a vida em sociedade. Embora seja uma palavra relativamente nova, a interseccionalidade é um conceito antigo que resume-se na capacidade do ser humano se relacionar com o próximo e possibilita denunciar e problematizar as estruturas de desigualdades sociais.
A vice-prefeita, Lorena Oliveira, e a assessora de gestão, Adelaide Joia, também estiveram presentes, e comentaram sobre a importância de formações como essa para a equipe. “O dia de hoje é uma continuidade do evento ‘Mulheres Negras em Movimento’ (evento que aconteceu no mês de julho na cidade e que debateu temas importantes e necessários relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça, colocando a pauta e agenda política das mulheres negras em evidência) e que em todos os núcleos estão presentes para aprender sobre vidas que importam e para colocar tudo em prática. Enquanto o respeito for prioridade, esse tipo de formação sempre acontecerá”, afirmou Lorena.
Outro assunto que chamou a atenção do público, foi a luta diária das mulheres para conseguirem seu espaço na sociedade. “Todas as conquistas das mulheres foram feitas com muito esforço. Hoje, a taxa de mulheres desempregadas no Brasil é de 11,6%, comparada aos homens, que é de 7,5 %, logo, o esforço feminino para conseguir o básico, é bem maior”.
Michele Nogueira, é uma das servidoras da Secretaria de Educação e Cultura e compartilhou com a plateia que já passou por situações relacionadas à desigualdade de gênero, classe e racismo e que a capacitação vem como uma provocação para os servidores colocarem a mão na consciência sobre esses assuntos que acontecem institucionalmente também. “Desta forma, toda a sociedade passa a enxergar as opressões e combatê-las”, disse.
Texto e foto: Khananda Beatriz
