Janeiro Roxo: servidores da rede municipal de saúde participam de palestra sobre o mês mundial de combate à hanseníase

Na última quarta-feira (18), o Centro Formador de Pessoal Para a Saúde (Cefor), no Complexo Hospitalar do Juquery, recebeu 50 servidores municipais da área da saúde de diversas especialidades para uma palestra, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde, sobre o Janeiro Roxo, mês mundial de combate à hanseníase.

A hanseníase é uma doença caracterizada por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes, além de causar manchas na pele.

No passado, a doença infecciosa crônica era mais conhecida como lepra, devido à bactéria Mycobacterium leprae, microrganismo responsável pela disseminação da hanseníase. Mas após uma ação do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) contra este nome que, na maioria das vezes, é utilizado para discriminar as pessoas infectadas com a doença, foi decretada a sua proibição, de acordo com a Lei nº 9.010/1995.

Para iniciar a palestra, a diretora de Atenção Básica Rosemeire Castanha e a diretora do Centro de Especialidades, Cleide Vitar comentaram sobre a importância de oferecer uma reunião como essa, principalmente aos profissionais da saúde. “Sempre foi dito, mas depois de várias doenças estarem voltando, a fala é outra. Precisamos dar a devida importância ao assunto ‘hanseníase’ e compartilhar as informações que repassarmos aqui”, disse.

A palestrante foi a médica dermatologista do Centro, Dra. Ana Paola, que falou sobre tópicos importantes, a transmissão, partes do corpo que são mais afetadas, números de casos no país, sintomas, avaliação médica e tratamentos.

De acordo com a médica, em 2020, foram reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS) 127.396 casos novos da doença no mundo. Desses, 19.195 ocorreram na região das Américas e 17.979 foram notificados no Brasil. “É transmitida de pessoas para pessoa por meio do convívio com quem não fez nenhum tratamento”, afirmou a médica.

Mas como a hanseníase é transmitida por meio do convívio?

As vias aéreas superiores e as mucosas são as principais fontes de transmissão. Elas também são eliminados a partir de hansenomas ulcerados, leite materno, urina e fezes, além disso, possui longo período de incubação.

A hanseníase, além de afetar o sistema nervoso também prejudica os olhos e a pele. A doença atinge pessoas de ambos os sexos e idades, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada é possível causar deformidades e incapacidades, muitas vezes irreversíveis.

Os sintomas são:

• Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato;
• Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;
• Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;
• Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;
• Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com quedas de pelos (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;
• Coceira ou irritação nos olhos;
• Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

Como avaliar se é hanseníase?

Com a evolução da doença há perda de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, nessa ordem. Então, ao examinar um paciente com lesão de pele suspeita, essas alterações devem ser investigadas.

Teste de sensibilidade térmica: com paciente de olhos fechados em ambiente calmo, o profissional de saúde deve colocar dois tubos de ensaio alternadamente na pele normal e na lesão do paciente. Um dos tubos deve possuir água em temperatura ambiente e outro com água quente.

Teste de sensibilidade dolorosa: o profissional deve estimular a pele com um alfinete de ponta fina e outro de ponta grossa em áreas sadias e em áreas suspeitas.
Teste de sensibilidade tátil: Utilizando um estesiômetro (kit para teste de sensibilidade) o profissional deve colocar os bastões com várias grossuras nas regiões da pele, de acordo com a percepção do paciente, o teste mostrará o grau da doença.

“Trabalho há quatro anos como agente de saúde, na maior parte do tempo estou na rua, visitando as casas das pessoas. Nunca tinha ouvido falar do Janeiro Roxo e acredito que ouvindo a palestra me tornarei uma profissional ainda melhor. Vou poder observar, analisar e ajudar”, disse a agente de saúde, Fabiana Santos.

Hoje, o Janeiro Roxo tem a finalidade de conscientizar todas as pessoas sobre a doença e, para aqueles que não apresentam sinal de agravo é indicada a aplicação da vacina BCG e medicamentos como corticoide e antibióticos. Além disso, já existem estudos para a produção de vacinas contra a doença.

Texto: Khananda Beatriz – Foto: Orlando Junior


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