Filme “Nise – O Coração da Loucura”, é exibido no auditório da Secretaria da Educação e Cultura, no Juquery
O auditório da Secretaria da Educação e Cultura, no Complexo Hospitalar do Juquery, exibiu na última sexta-feira (31), o filme “Nise – O Coração da Loucura”, de 2015. A sessão recebeu cerca de 30 pessoas e aconteceu como parte do projeto “Espelho, Espelho Meu”, em parceria com o Programa Franco Memória, o Museu de Arte Osório César (MAOC) e a Secretaria da Saúde. Veja fotos do evento.
Dirigido por Roberto Berliner, o longa-metragem narra a história da psiquiatra Nise da Silveira, que atuou no Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, na década de 1940. Inconformada com os agressivos métodos de tratamento, como a lobotomia e o uso de eletrochoques, a médica buscou novas formas terapêuticas para os internos do hospital, que hoje abriga o Instituto Municipal Nise da Silveira.
A motivação de Nise foi semelhante a do psiquiatra e crítico de arte Osório Cesar, que em meados de 1920 chegou ao Complexo Hospitalar do Juquery e incentivou a criação artísticas dos pacientes. Pioneiro no uso da arteterapia como método de tratamento, o médico fundou a Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery e organizou exposições para divulgação das produções artísticas dos internos. Anos mais tarde, essas obras foram resgatadas e reunidas para a criação do Museu de Arte Osório Cesar, dentro do Complexo Hospitalar.
Após a exibição do filme, o público participou de uma roda de conversa junto a vice-prefeita Lorena Oliveira, a secretária e o secretário adjunto da Educação e Cultura Renata Celeguim e Adilson Cunha, a museóloga e o gestor do acervo do MAOC, Michelle Louise Guimarães e Elielton Ribeiro, acompanhados dos funcionários dos serviços de educação e de saúde mental do município.
Renata Celeguim convidou a plateia a simbolizar o sentimento suscitado pelo filme e pelo trabalho de Nise da Silveira com uma palavra ou frase. Luta, acolhimento, perseverança, empatia, amor ao próximo foram algumas palavras citadas pelos participantes.
Seguindo com o bate-papo, a apoiadora institucional em saúde mental do município, Cristiana Corrêa pontuou que a temática do filme, que se passou há quase 80 anos, ainda permeia a sociedade, como ocorreu com os casos de tentativas de retorno da internação de pessoas atualmente.
“Temos que celebrar a política de saúde mental do nosso município. A luta antimanicomial e a reforma psiquiátrica foram uma grande conquista para a sociedade, em especial para Franco da Rocha. Até pouco tempo, víamos pessoas atuando pela volta das internações, então, eventos históricos como o que estamos vivendo aqui lembram que a nossa luta é constante”, pontuou a Cristiana Corrêa.
Arunã Siqueira Torres, que assistiu ao filme ao lado dos pais, lembrou que a instrumentalização da arte venceu a internação. “O Juquery carrega muita memória e também muito aprendizado sobre erros que não devem se repetir e, no fim, toda essa história nos ensina que a arte foi mais forte que a violência. O pincel venceu as armas, por isso, vamos celebrar essa revolução que trouxe vida para esse espaço”.
Texto e foto: Luana Nascimento
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