Filme “Bicho de Sete Cabeças” é exibido no auditório da Secretaria da Educação e Cultura, no Juquery

Inspirado no livro “O Canto dos Malditos” escrito por Austragésilo Carrano Bueno, o filme “Bicho de Sete Cabeças” foi exibido na sessão “Espelho, Espelho Meu”, na última sexta-feira (28), no auditório da Secretaria da Educação e Cultura, no Complexo Hospitalar do Juquery, cenário onde o longa-metragem foi gravado 23 anos atrás.

Dirigido por Laís Bodanzky, o filme narra a história de Neto, vivido por Rodrigo Santoro, um adolescente de 17 anos que começa a vivenciar as experiências típicas de um jovem rebelde, ao mesmo tempo em que a relação com seu pai se torna cada vez mais difícil. A situação entre os dois fica próxima do limite, quando o pai decide internar o filho em um manicômio, local em que o rapaz enfrenta condições terríveis de tratamento.

Com a casa cheia, após a exibição do filme, o público participou de uma roda de conversa junto a secretária e o secretário adjunto da Educação e Cultura Renata Celeguim e Adilson Cunha, a secretária da Saúde Thais Marquês, a museóloga e o gestor do acervo do Museu de Arte Osório Cesar (MAOC), Michelle Louise Guimarães e Elielton Ribeiro, acompanhados dos funcionários dos serviços de educação e de saúde mental do município.

Na plateia havia familiares de pacientes do Juquery, ex-funcionários e pessoas que frequentaram o ou conheciam o complexo. A secretária Renata Celeguim fez um convite ao público para que expressassem em palavras o que sentiram ao assistir à história do jovem Neto e seu pai. Violência, hipocrisia, falta de compreensão e de afeto, saúde mental, angústia e medo foram as palavras compartilhadas entre relatos e experiências pessoais.

Seguindo com o bate-papo, a apoiadora institucional em saúde mental do município, Cristiana Corrêa lembrou da importância do movimento de reforma psiquiátrica para o Brasil. “É preciso lembrar que todos esses horrores, como os que acontecem no filme, são anteriores ao movimento de reforma psiquiátrica no país e de luta antimanicomial. Esse movimento foi fundamental para o fechamento dos manicômios e com isso, aos poucos, fomos mudando a mentalidade em relação aos problemas relacionados à saúde mental, trazendo uma visão mais moderna e acolhedora”, relatou Cristiana.

A reforma psiquiátrica, instituída por meio da Lei 10.216, de 2001, teve como principal luta o fechamento gradual de manicômios e hospícios que proliferavam país afora. Em substituição aos hospitais psiquiátricos, o Ministério da Saúde determinou, em 2002, a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país. Os Caps são espaços para o acolhimento de pacientes com transtornos mentais, em tratamento não-hospitalar. Sua função é prestar assistência psicológica e médica, visando a reintegração das pessoas com sofrimento mental à sociedade.

Trancar não é tratar

Após a exibição do filme, a equipe de saúde mental distribuiu um brinde de um chaveiro feito em macramê, técnica de tecelagem que consiste em fios trançados e atados em nós, feito pelos atendidos nos serviços do município durante as aulas de artes.

Franco da Rocha conta com uma Rede de Atenção Psicossocial instituída a partir de 2013. Para os internos do antigo hospital psiquiátrico, foram criadas no município as residências terapêuticas que atuam no processo de reabilitação psicossocial dos pacientes, buscando a inserção na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade e respondendo às necessidades de moradia para pessoas com transtornos mentais.

Além disso, a cidade oferece atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial II, Infantojuvenil (Caps), Álcool e Drogas e Centro de Convivência. Os serviços são voltados ao atendimento de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial. Os equipamentos promovem encontros para socialização e acompanhamento médico, além de acrescentar habilidades às pessoas, diminuindo o sofrimento causado por transtornos mentais e evitando internações.

Texto e foto: Luana Nascimento


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