“Coreografias do Impossível”: obras de arte do Museu de Arte Osório César são expostas na 35º Bienal de São Paulo

Ao chegar em sua 35º edição, a Bienal de São Paulo expõe as obras de arte desenvolvidas a partir do tema “coreografias do impossível”. Inaugurada na última quarta-feira (6), no Parque Ibirapuera, a exposição reúne mais de 1.100 produções que, entre elas, estão as criações de Ubirajara Ferreira Braga e Aurora Cursino dos Santos, ex-pacientes do Complexo Hospitalar do Juquery.

A exposição apresenta as “imaginações radicais a respeito do desconhecido”, em que são retratados os modos como a linguagem artística é impactada pelo cotidiano e pelos problemas sociais em que são abordados temas como racismo, gênero, ambiente e povos originários.

O curador Hélio Menezes, supervisor das obras do Museu de Arte Osório César (MAOC) ao lado de Pedro Quintanilha, foi o responsável por deslocar as obras de arte do município até a zona sul de São Paulo, dando maior visibilidade às histórias que merecem ser reconhecidas.

Ao todo, são 41 obras, sendo 21 da artista Aurora Cursino e outras 20 do artista Ubirajara Braga, figuras que têm seus nomes fixados na história de Franco da Rocha, assim como tantos outros artistas que compartilhavam suas visões do mundo através da arte.

Ubirajara Ferreira Braga (1928-2000), foi um artista plástico que produziu mais de mil obras. Começou a pintar aos 58 anos quando foi internado no Hospital Psiquiátrico do Juquery, em 1959. O artista frequentava o setor de terapia ocupacional e trabalhava no ateliê do complexo. Hoje suas obras cobrem grande parte do MAOC.

Aurora Cursino dos Santos (1896 e 1959), foi vítima de transtornos psiquiátricos graves. Foi prostituta e desenvolveu suas obras por meio das artes plásticas durante o período em que esteve internada. Suas pinturas representam o sofrimento e as vivências da artista e de tudo aquilo que se passava em sua volta. Frequentou o ateliê de arteterapia administrado pelo psiquiatra Osório César e até hoje suas obras seguem sendo estudadas. 

Segundo a museóloga Michelle Louise, que atua no Museu de Arte Osório César, as obras dos artistas Aurora e Ubirajara representam uma denúncia das situações às quais foram expostos. 

“Uma mulher jovem, ao ter contato com as obras da Aurora Cursino, por exemplo, vai se aproximar dos temas de questionamento sobre o universo feminino. O Ubirajara, por sua vez, quis ser reconhecido como artista, mas em vida não pôde ver toda a expansão do seu trabalho. Ver nossos artistas em mais uma exposição representa uma força gigantesca por tudo aquilo que eles construíram”, expressou a museóloga.

O gestor do museu, Elielton Ribeiro, compartilhou o que a exposição das obras do MAOC significam para ele. “Agradeço a oportunidade de poder me dedicar ao tema que amo muito e pesquiso, que é o Acervo do MAOC, especialmente no diálogo para a curadoria de exposições, publicações, pesquisa e programas públicos como seminários e rodas de conversa. Fico muito feliz e emocionado com esse momento!”.

Algumas obras do acervo MAOC também estão nas exposições “Ensaios para o Museu das Origens”, no Instituto Tomie Ohtake e no Itaú Cultural, que reúne uma rede de instituições culturais e museus para homenagear as histórias de um país rico em narrativas, composto de diversas matrizes culturais e palco de lutas e reivindicações.

35ª Bienal de São Paulo:
Data: 6/09 a 10/12/23;
Horários: às terças, quartas, sextas e domingos, das 10h às 19h; às quintas e aos sábados, das 10h às 21h;
Local: Pavilhão da Bienal | Parque Ibirapuera – Portão 3;
Entrada: gratuita.

Ensaios para o Museu das Origens:
De 6 de setembro a 28 de janeiro no Itaú Cultural;
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h e domingos e feriados, das 11h às 19h;
De 9 de setembro a 28 de janeiro no Instituto Tomie Ohtake;
De terça a domingo, das 11h às 19h;
Entrada: gratuita.

Texto: Lívia H. Magalhães – Foto: Equipe Secretaria da Educação e Cultura


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