A liberdade é o melhor cuidado: No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, Secretaria da Saúde realiza panfletagem e exposição de artes no centro da cidade

O movimento antimanicomial foi iniciado por usuários, familiares e trabalhadores da área da saúde mental, luta pela substituição dos manicômios pelo tratamento humanizado

O dia 18 de maio é uma data de grande importância para Franco da Rocha, é o dia nacional dedicado à luta antimanicomial e o aniversário do Complexo Hospitalar do Juquery, que em 2024 chega aos seus 126 anos.

Para lembrar o movimento antimanicomial, marco na história da saúde em todo o Brasil, a Prefeitura, por meio da Secretaria da Saúde, organizou no sábado (18), uma ação de conscientização e exposição de trabalhos artísticos feitos por usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da cidade.

Realizada na Praça Caieiras, nas imediações da Linha 7-Rubi da CPTM, a atividade reuniu trabalhadores da Raps para uma panfletagem em que, além de convidar quem passava pelo local a conhecer os serviços de saúde mental da Prefeitura e os trabalhos artísticos feitos pelos usuários destes espaços, também foi uma oportunidade para a população se conscientizar sobre a importância da luta antimanicomial para Franco da Rocha. 

A ação teve a participação da secretária adjunta da Saúde Adriana Andrade, da coordenadora de Saúde Mental, Jéssica Passini, de trabalhadores da saúde e do artista Antonio Rosas Satilio, ex-paciente do Juquery que passou mais de duas décadas no hospital, e hoje, vive em uma Residência Terapêutica e recebe atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

A luta antimanicomial é um movimento social iniciado no final da década de 70 por usuários, familiares e trabalhadores de serviços de saúde mental pautado na busca pela substituição dos manicômios por atendimentos com equipe multiprofissional para que o tratamento das pessoas com transtornos mentais seja feito de forma humanizada e em liberdade. 

Uma das conquistas do movimento foi a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei Federal nº 10.216) que prevê tratamentos em unidades apropriadas com dignidade e respeito, visando beneficiar a saúde dos pacientes acometidos por doenças mentais para alcançar a sua recuperação e inserção na comunidade, protegidos de qualquer abuso ou exploração.

Segundo a coordenadora de Saúde Mental, Jéssica Passini, os serviços de saúde mental da Prefeitura estão engajados na luta contra os manicômios e o aprisionamento das pessoas com transtornos mentais. “Mas não basta conscientizarmos apenas nossos profissionais, usuários e familiares, precisamos conscientizar toda a sociedade para não retrocedermos e incluirmos, de fato, essas pessoas que sempre foram excluídas”.

Luta antimanicomial e Franco da Rocha

O Complexo Hospitalar do Juquery foi pioneiro a dar assistência asilar aos chamados “alienados” do estado de São Paulo. O hospital chegou a ter 18 mil pacientes, muitos sem diagnóstico de doenças mentais, que eram tratados em isolamento com métodos higienistas e de controle social, refletindo em sofrimento, maus-tratos, tortura e abandono.

À medida que a luta dos trabalhadores da saúde crescia, o Juquery se tornava um dos grandes símbolos da importância da reforma psiquiátrica. O hospital funcionou até 2022, quando os últimos pacientes foram transferidos para Residências Terapêuticas.

Desta forma, a cidade de Franco da Rocha nasceu a partir do Juquery. Muitos dos moradores da cidade, trabalharam no hospital, tiveram contato com os internos ou com as dependências do complexo hospitalar, numa fusão de histórias e memórias lembradas até hoje em busca de ações que ressignifiquem o complexo, deixando para trás o modelo ultrapassado de tratamento e incentivando cada vez mais o cuidado em liberdade.

Texto: Luana Nascimento – Foto: Karina Muller


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